Esse ano, as eleições brasileiras vão contar com um novo partido: o UP (Unidade Popular pelo Socialismo). Registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2019, a sigla é a mais nova do país a integrar o quadro de 33 partidos existentes no Brasil atualmente.
Seu presidente, o mineiro Leonardo Péricles, pretende concorrer ao maior cargo político do país pela legenda: o de presidente da República, segundo a Folha de São Paulo.
No entanto, essa não é a primeira eleição de Péricles, em 2020 ele foi candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte pelo PSOL e, anos antes, tentou se eleger como vereador da cidade, na época pelo PDT.
O UP possui diretórios em 21 estados e surgiu a partir da articulação de diversos movimentos sociais, sendo seu financiamento elaborado com a contribuição de seus filiados.
De acordo com a mídia, em um primeiro momento, Péricles descarta que a legenda possa participar de alguma composição com outras siglas no próximo pleito, em âmbito nacional, principalmente em alguma aliança com a direita, fator que o impulsionou a tentar a candidatura.
"A nossa defesa era que houvesse uma ampla unidade do conjunto dos partidos e organizações do campo da esquerda. Só que sem a direita. Nossa divergência central é esse caminho de buscar alianças com setores da direita", explicou.
O futuro candidato ainda diz que o nascimento do UP é uma espécie de crítica à forma como estão organizados os partidos no país, com pouco espaço para mulheres, pessoas negras e com debates distantes das pessoas de periferia.
"Construímos a UP com pessoas que não se sentiam representadas nos partidos [...] Claro que tem que sair dos partidos [mais espaço político para pessoas negras]. É uma questão de coerência. Eu falo que quero combater o racismo e me alio à base que garante a manutenção do racismo", analisa.
Entre as medidas defendidas pelo Unidade Popular, estão a defesa da revogação da reforma trabalhista realizada durante o governo Temer. O partido também critica a forma como foi feita a reforma da Previdência.
Para conseguir a criação de um partido político, a legislação brasileira exige, atualmente, a coleta de 491.967 assinaturas de apoiadores distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação.
O Aliança Brasil, partido promovido pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), não conseguiu emplacar esse número, contanto, até o momento, com 140 mil assinaturas de apoio.