Foi descoberto junto do Taiti, no sul do oceano Pacífico, um recife de coral de três quilômetros de comprimento em uma profundidade de 35 a 70 metros, informou na quinta-feira (20) a agência norte-americana Associated Press (AP).
Laetitia Hédouin, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês) na ilha Moorea, Pacífico Sul, viu pela primeira vez o recife de coral durante uma expedição de natação patrocinada pela UNESCO.
Intrigada pela raridade da aparência do local, Hédouin decidiu estudá-lo e disse que o coral parecia estar de boa saúde, não tendo sido afetado pela mudança climática ou atividade humana.
Cientistas descobriram um recife coral imaculado de quase duas milhas [três quilômetros] de comprimento ao largo da costa do Taiti.
Conforme relatou a AP, a equipe usou tanques especiais e equipamento de mergulho durante 200 horas para examinar o recife, o que, além de fazer fotos, incluiu tirar medidas e coletar amostras de corais.
Um comunicado de quinta-feira (20) da UNESCO aponta que o recife é "inusitado", devido à grande maioria deles não estarem a uma profundidade maior que 25 metros.
"[...] Esta descoberta sugere que há muitos mais recifes grandes aí fora, com profundidades maiores que 30 metros, na que é conhecida como a 'zona crepuscular' do oceano, que simplesmente desconhecemos", teoriza a agência da ONU especializada em educação, arte, ciência e cultura.
É descoberto um recife de coral de 1,8 milha de comprimento ao largo do Taiti
A pesquisadora indicou à AP que o recife perto do Taiti, um território ultramarino da França, não foi afetado pela recente explosão vulcânica em Tonga, no sudoeste do oceano Pacífico, que gerou ondas de tsunami. Um evento de branqueamento de coral de 2019 também não abalou o recife.
A equipe de Laetitia Hédouin planeja mergulhar mais vezes em fevereiro para estudar como o coral tem resistido às mudanças climáticas e influência humana.
Os corais são pequenos organismos que vivem na água e formam recifes. No entanto, devido à pesca excessiva, poluição no oceano, aquecimento mundial e atividades humanas subaquáticas, os recifes de coral ao redor do globo têm se esgotado.