De acordo com estudo publicado nesta quarta-feira (26), o Departamento de Energia dos Estados Unidos conseguiu gerar energia, em pequena escala, com a fusão nuclear. A energia criada é equivalente à produzida por uma pilha de nove volts.
A tecnologia mais comum utilizada em reatores nucleares é a fusão termonuclear lenta. Essa técnica utiliza campos magnéticos e correntes elétricas para aquecer o magma e fundir o núcleo do combustível. Essa tecnologia é a utilizada, por exemplo, no reator chinês Tokamak Supercondutor Experimental Avançado.
No caso do projeto norte-americano, os cientistas da Instalação Nacional de Ignição (NIF, na sigla em inglês) tentam usar uma outra tecnologia, a fusão termonuclear rápida, que utiliza um tipo especial de laser para aquecer o combustível. O NIF possui o maior sistema de lasers do mundo.
Os cientistas conseguiram registrar temperaturas de 100 milhões de graus Celsius. O Sol tem uma temperatura estimada de 15 milhões de graus Celsius, daí vem o apelido de "sol artificial", recebido pelos reatores nucleares.
"Se você quer fazer uma fogueira, precisa que o fogo fique quente o suficiente para que a madeira continue a queimar sozinha. Essa é uma boa analogia para a queima de plasma, onde a fusão está começando a se transformar em autossuficiente", explicou o líder do NIF, o físico Alex Zylstra.
O principal desafio para os pesquisadores é descobrir uma maneira segura de manter os lasers concentrados, sem nenhum tipo de dispersão. Os novos avanços divulgados apontam para a direção correta, porém, ainda estamos longe da produção de energia em massa por um "sol artificial".
Um dos testes realizados pelos cientistas que mais surtiu efeito, foi a mudança do formato da cápsula onde fica o combustível. Ao utilizar um modelo de haltere, ao invés de barril, os físicos conseguiram controlar melhor os lasers, evitando que eles refletissem em direções erradas, tornando todo o processo um pouco mais eficiente.
"Transformar a fusão nuclear em uma realidade é um desafio tecnológico gigante e complexo, que vai precisar de grandes investimentos e inovações para que se torne prático e econômico. Eu vejo a fusão como um desafio em uma escala de décadas, até que se torne uma fonte viável de energia", disse Zylstra.