O período compreende os últimos meses do governo do ex-presidente Michel Temer e boa parte do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o Ipam, o avanço do desmatamento na Amazônia é causado por meio do enfraquecimento de órgãos de fiscalização, da falta de punição a crimes ambientais e da redução significativa de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais na região, conforme publicou o portal G1.
De acordo com a pesquisa, mais da metade (51%) do desmatamento ocorreu em terras públicas. Do total, 83% foi em áreas de domínio federal.
O instituto informou que parte da devastação se concentra no entorno de duas rodovias federais, que cortam o norte de Mato Grosso e o oeste do Pará.
Em terras indígenas, os números são ainda mais preocupantes, com alta de 153%, em média, no desmatamento, em uma área de 1.255 km². Nos três anos anteriores, a área afetada foi de 496 km², diz a pesquisa.
Já o desmatamento em unidades de conservação teve aumento de 63,7%, com 3.595 km² derrubados, contra 2.195 km² no recorte anterior.
"Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento", afirmou Ane Alencar, diretora de Ciência no Ipam e principal autora do estudo.
Os pesquisadores alertam que a tendência é o desmatamento continuar crescendo caso sejam aprovados projetos de lei em discussão no Congresso Nacional que defendem a regularização de áreas desmatadas e a atividade de exploração mineral em terras indígenas.
O Ipam recomendou a elaboração de estratégias regionais integradas aos planos estaduais de prevenção e controle do desmatamento, além da priorização de investigações sobre crimes ambientais.