A AP destaca que nesta semana o governo do presidente Joe Biden, ao ser questionado sobre as provas de suas afirmações, respondeu que os jornalistas deveriam acreditar sem questionamentos.
"Não vão revelar provas das afirmações de que a Rússia planeja uma operação [...] como pretexto para entrar na Ucrânia", observou.
Além disso, a agência adiciona que a Casa Branca não esclareceu como sabia que os civis foram mortos pela explosão causada por um homem-bomba e não pelas mãos dos militares norte-americanos durante a operação na Síria para eliminar Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, chefe do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países).
"A falta de transparência testou as desgastadas reservas de confiança em Washington", ressaltou a AP em um material sobre a queda da confiança nas últimas décadas devido às mentiras, enganos e erros no geral.
A mídia também referiu o aumento do ceticismo com relação ao governo Biden em questões relacionadas à inteligência e ao Pentágono, especialmente depois que as autoridades americanas não conseguiram prever a rapidez do movimento Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) em tomar o poder no Afeganistão.
A agência ainda recorda que inicialmente Washington defendeu o ataque dos EUA em Cabul, que matou civis e não terroristas, como o Pentágono admitiu posteriormente.
"Este governo fez declarações que se mostraram erradas", afirmou Kathleen Hall Jamieson, diretora do Centro de Políticas Públicas Annenberg da Universidade da Pensilvânia.
Anteriormente, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, afirmou aos jornalistas, que pediam provas sobre os supostos planos russos de fazer um vídeo falso de um ataque ucraniano, que tinham que acreditar apenas nas palavras go governo americano e que, se não gostassem, que buscassem "consolo" em informações vindas da Rússia.
Segundo a narrativa da Casa Branca, o suposto vídeo seria o pretexto da Rússia para entrar na Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, qualificou essas especulações de "completamente absurdas".