No encontro com o presidente da França, Putin observou que apesar da insistência da OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) em se classificar como uma organização defensiva, o bloco militar liderado pelos EUA nem sempre agiu dessa maneira.
O presidente russo citou diversos exemplos de intervenções na África, Ásia e Oriente Médio. "Gostaria de observar que eles estão tentando acalmar a Rússia, como antes, com o raciocínio de que a OTAN é uma organização pacífica e estritamente defensiva", disse Putin.
"O quanto isso é verdade, muitos cidadãos de governos puderam aprender com a experiência. Tenho em mente o Iraque, a Líbia, o Afeganistão e as operações em grande escala contra Belgrado sem a sanção do Conselho de Segurança da ONU. Isso, é claro, foi um empreendimento muito longe do que uma organização pacífica faria", disse o chefe de Estado russo.
Autoridades ocidentais e meios de comunicação vêm alertando há meses que a Rússia poderia estar planejando uma invasão da Ucrânia, o que Moscou negou repetidamente.
Em dezembro, a Rússia enviou um conjunto de propostas de segurança aos líderes dos EUA e da OTAN solicitando garantias de que o bloco não se expandiria para a Ucrânia ou a Geórgia.
Em janeiro, negociadores dos dois lados se reuniram várias vezes na Europa para discutir a redução da escalada.
Macron teve uma reunião com Putin em Moscou nesta segunda-feira (7) para discutir medidas para reduzir as tensões. Após o encontro, o líder francês afirmou que a Rússia não aumentará a crise na Ucrânia.
"Meu objetivo era congelar o jogo, evitar uma escalada e abrir novas perspectivas", disse Macron. "Este objetivo para mim está cumprido", concluiu o presidente francês.