Em jantar na noite de ontem (8), membros do partido se encontraram na casa do ex-ministro Pimenta da Veiga. A reunião foi composta por filiados que apoiaram a candidatura de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, para presidência. O intuito do encontro era discutir saídas para o partido, segundo a Folha de São Paulo.
Entre os filiados, estavam presentes os senadores José Aníbal (SP) e Tasso Jereissati (CE) e o deputado federal Aécio Neves (MG), rival de Doria na sigla.
De acordo com a mídia, o encontro foi tratado por aliados de Doria como uma conspiração e um "segundo turno" da eleição interna tucana.
A avaliação do grupo é a de que Doria não tem nenhuma viabilidade, está caindo nas pesquisas, vai mal mesmo em estados do Sudeste e que a inquietação em relação à sua candidatura cresce no partido.
Vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (ao centro), comemora a sua filiação ao partido PSDB ao lado do governador João Doria (à direita) e do presidente da legenda, Bruno Araújo (à esquerda), São Paulo, 14 de junho de 2021
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No entanto, Bruno Araújo, presidente do partido, diz que não é hora para cobrar desempenho do pré-candidato, e que as coisas precisam de "tempo" para acontecer.
"Na política tudo tem um tempo. É legítimo solicitar desempenho de qualquer candidatura, mas, para que haja credibilidade nesses propósitos, o tempo precisa ser respeitado. Não é o momento para essa cobrança", escreveu o presidente da sigla.
Reação de Doria
Nesta quarta-feira (9), Doria reagiu ao jantar "conspiratório" dizendo que foi um jantar "de derrotados" e minimizou os presentes ao dizer que não são "cinco pessoas que representam o PSDB".
"Eles apoiaram o Eduardo Leite nas prévias e perderam no voto. Não me parece que cinco pessoas representadas num jantar possam representar o PSDB. É preciso ter grandeza na vitória e na derrota. Lamentavelmente alguns preferem não compreender isso. O correto é somar forças com o PSDB, que é maior que essas cinco pessoas", afirmou Doria citado pelo O Globo.
Segundo a mídia, em pesquisa realizada em janeiro pelo Ipec, Doria está com 5% das intenções de votos. Para o tucano, que sugeriu que o seu desempenho pode mudar, o eleitor brasileiro ainda está preocupado com a pandemia.
"As pessoas só estarão motivadas a tomar essa decisão eleitoral em agosto. Antes disso, o que temos são meros retratos que não retratam a realidade. Agora, as pessoas estão preocupadas com a sua saúde, com emprego e comida no prato", declarou o governador.