"Os cidadãos americanos devem sair, devem sair agora. Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo. Esta é uma situação muito diferente e as coisas podem enlouquecer rapidamente", disse Biden em entrevista à rede de televisão NBC News.
O presidente descartou a hipótese de enviar tropas para resgatar americanos que tentem fugir do país após o início de uma eventual guerra.
"Já será uma guerra mundial quando os EUA e a Rússia começarem a atirar um no outro. Estamos em um mundo muito diferente do que já estivemos", afirmou.
Ele aproveitou a entrevista para enviar uma mensagem ao presidente russo, Vladimir Putin. Segundo Biden, se Putin "for tolo o suficiente para entrar, ele é inteligente o suficiente para, de fato, não fazer nada que possa impactar negativamente os cidadãos americanos".
As tensões entre Washington e Moscou estão em seu ponto mais alto desde a Guerra Fria.
Os EUA e seus aliados do Ocidente interpretam a movimentação de tropas russas perto da fronteira ucraniana como preparativos para uma eventual invasão.
A Rússia já rejeitou reiteradamente as suspeitas, defendendo o direito de mover forças dentro de seu próprio território.
Moscou acusa a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de buscar pretextos para enviar mais equipamentos militares às proximidades das fronteiras russas.
10 de fevereiro 2022, 18:42
As tensões na Ucrânia começaram em 2014, após um golpe de Estado apoiado pelo Ocidente.
Na sequência, as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no leste do país, proclamaram independência da Ucrânia com apoio da população em referendos. Respectivamente, 89,7% e 96% dos eleitores votaram a favor da causa.
Porém, na sequência, Kiev lançou uma operação militar para frear as forças independentistas.
A guerra em Donbass já levou à morte cerca de 13.000 pessoas e deixou dezenas de milhares de feridos e mais de 2,5 milhões de deslocados dentro ou fora da Ucrânia.