Sem dar detalhes que pudessem sustentar seu argumento, o presidente citou Cuba e Venezuela ao tentar exemplificar que não existe "nenhuma diferença" entre um governo "feito pelas armas" e outro vindo "pelas canetas".
Em tom misterioso, Bolsonaro disse a seus apoiadores que eles "sabem o que aconteceu no Brasil" e que dentro de alguns dias "algo que vai salvar o país" estaria para acontecer.
"Qual é a diferença de uma ditadura feita pelas armas, como a gente vê, por exemplo, em Cuba, Venezuela e outros países, e uma ditadura que vem pelas canetas? Qual é a diferença? Nenhuma. Então, vocês sabem o que aconteceu no Brasil. Acredito em Deus. Nos próximos dias, vai acontecer algo que vai nos salvar no Brasil."
O presidente, candidato à reeleição pelo Partido Liberal (PL), entra na disputa com larga desvantagem contra seu principal adversário – o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito ao cargo de acordo com as pesquisas realizadas até o momento.
Em 2018, Jair Bolsonaro foi eleito pela extrema direita graças à onda conservadora e ao sentimento de antipetismo criado principalmente pela Operação Lava Jato comandada pelo ex-juiz, também candidato à disputa, Sergio Moro.
Repetindo as estratégias de ataque utilizadas em 2018, Bolsonaro e sua equipe já começaram a associar a imagem do PT e de Lula a atos de corrupção, "ditaduras de esquerda" em outros países, em especial na América Latina e ruptura com os valores tradicionais conservadores que marcaram sua campanha: Deus, pátria e família.
Tudo indica que a campanha de Bolsonaro vai continuar apostando na Internet como sua principal plataforma de propaganda. Neste sentido, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) — como as do ministro Alexandre de Moraes no inquérito das fake news — prejudicariam a abordagem do presidente e seus apoiadores no que eles costumam chamar de "liberdade de expressão".
Em discurso nesta quarta-feira (9), Bolsonaro afirmou, por exemplo, que diferente do STF "não mandou prender nenhum deputado" e "desmonetizou a página de ninguém".