O projeto de lei visava, em síntese, prejudicar a economia russa punindo nações que tenham negócios com Moscou, caso a Rússia invadisse a Ucrânia.
Depois de afirmar estar perto de aprovar a Lei de Defesa da Soberania da Ucrânia de 2022, os democratas do Congresso norte-americano chegaram a um impasse.
Segundo o senador democrata Bob Menendez, os legisladores não conseguiram concordar com as sanções impostas ao Nord Stream 2 e aos grandes bancos russos, escreve a Bloomberg.
"Isso quebraria a aliança EUA-Europa", disse Menendez, acrescentando que a iniciativa "poderia afundar qualquer acordo sobre um pacote bipartidário".
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, teria tentado forçar o projeto de lei até o final do mês passado com pouco ou nenhum debate sobre suas disposições. Porém, assessores do Congresso argumentaram que a iniciativa fecharia "espaço para opções não militares".
O projeto de lei veio em resposta aos temores dos EUA de que as tropas russas representem uma ameaça iminente de invasão à Ucrânia, apesar de Moscou negar reiteradamente quaisquer ações ofensivas.
Vale lembrar que Kiev também minimizou os temores ocidentais, dizendo que os desdobramentos russos são típicos e não representam perigo.
Em dezembro, Moscou apresentou uma proposta de segurança que aliviaria as tensões na Europa, mas até agora a OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) rejeitou a questão central: interromper a expansão contínua da aliança militar para o leste.
Dias atrás, Menendez disse a um canal de televisão nos EUA que a versão do Senado do projeto estava "na linha de uma jarda", o que significa que eles estavam extremamente perto da "vitória".
Porém, as negociações não avançaram. Os republicanos buscaram apresentar um projeto para que houvesse uma sanção imediata contra o gasoduto, mas foram derrotados.
Os democratas argumentam que a medida semeia a desunião na OTAN, em um momento em que Berlim parece receosa sobre a postura belicosa de Washington.
Depois de se reunir com o chanceler alemão Olaf Scholz no início desta semana, Biden disse a repórteres que, se as tropas russas cruzassem a fronteira ucraniana, "não haverá mais o Nord Stream 2".