O alerta japonês cita o "aumento das tensões" fronteiriças entre Ucrânia e Rússia, que têm mobilizado esforços diplomáticos na região. O Ministério das Relações Exteriores do Japão emitiu um documento oficial com as novas instruções.
"Houve um aumento na presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia, as tensões estão aumentando e a situação continua imprevisível", diz o comunicado.
A chancelaria japonesa citou ainda o início de exercícios militares entre Rússia e Belarus e a chegada de navios de guerra russos ao mar Negro como fatores de aumento da tensão regional.
"Enquanto muitos países continuam seus esforços diplomáticos, há uma possibilidade crescente de que a situação escale dramaticamente. Por isso, foi decidido o aumento do nível de alerta para a Ucrânia para quatro", disse a chancelaria.
Em Carcóvia, na Ucrânia, um soldado ucraniano caminha em frente a tanques de uma brigada mecanizada, em 31 de janeiro de 2022
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O comunicado acrescenta que, dependendo da situação, a suspensão de voos comerciais para o país também pode acontecer.
"Àqueles atualmente residindo na Ucrânia aconselhamos que deixem o território ucraniano imediatamente por meio de todas as formas seguras, incluindo voos comerciais. Evite viajar para a Ucrânia por qualquer motivo", afirma o ministério o japonês.
Conforme publicou a agência japonesa Kyodo News, após emissão do alerta, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, formou um centro de emergência para coordenar ações e reunir informações sobre a situação na Ucrânia.
Ucrânia é tema de encontro entre Japão e EUA
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, se encontrou com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em Melbourne, na Austrália. A conversa bilateral aconteceu às margens de um encontro diplomático entre Japão, Índia, Austrália e EUA - o chamado Quad.
Em Melbourne, na Austrália, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (à esquerda), cumprimenta o chanceler japonês Yoshimasa Hayashi, durante encontro às margens da cúpula do Quad, em 11 de fevereiro de 2022
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Em comunicado oficial a chancelaria japonesa afirmou que Yoshimasa e Blinken reiteraram preocupações em relação às tensões no Leste Europeu e salientaram o apoio mútuo à soberania e integridade territorial da Ucrânia.
Os EUA e seus aliados da OTAN acusam a Rússia de planejar a invasão da Ucrânia devido ao acúmulo de tropas na fronteira com o país vizinho. Moscou nega as acusações e aponta que não tem intenções de invadir nenhum país. O Kremlin também ressalta preocupações em relação ao avanço da OTAN em direção às fronteiras russas.