A Europa está mais próxima de uma guerra do que em qualquer outro momento nos últimos 70 anos, declarou James Heappey, ministro das Forças Armadas britânico na segunda-feira (14) ao canal BBC Radio 4 Today.
"Há 130.000 tropas russas em torno das fronteiras da Ucrânia, outros milhares em navios anfíbios no mar Negro e no mar de Azov", apontou, dizendo que, se a concentração de forças fosse simplesmente "um show para conseguir influência diplomática", tal não requereria a logística, o combustível, os suprimentos médicos, etc., que lá estão presentes.
Heappey crê que as atuais negociações dos líderes ocidentais são um último esforço de fazer a diplomacia funcionar.
"É por isso que este é realmente um tempo muito sério para o mundo inteiro, um tempo de nos unirmos e enviarmos uma mensagem à Rússia de que este comportamento não será aceito, que nós estamos do lado da Ucrânia e que as sanções financeiras serão muito sérias se ele [Vladimir Putin, presidente russo] cruzar a fronteira", disse.
"Estamos entrando em um período de competição estratégica sustentada com a Rússia, na qual precisamos assegurar que Putin não atingirá os seus objetivos mais amplos além de qualquer objetivo territorial que ele possa ter na Ucrânia, e que a OTAN mostre sua determinação dentro de suas próprias fronteiras", afirmou o funcionário britânico.
Apesar de Heappey ter dito que este é o pior momento das últimas décadas, a Europa teve conflitos graves desde 1945, particularmente a Guerra da Iugoslávia nos anos 1990, a guerra entre o Chipre e a Turquia em 1974, e uma guerra sectária e política de baixa intensidade na Irlanda do Norte entre 1968 e 1998, que por vezes se espalhou para fora do país. A Ucrânia também tem vivido um conflito interno no Leste do país desde 2014, após a remoção do poder do democraticamente eleito presidente do país Viktor Yanukovich.
Os países ocidentais têm acusado a Rússia de planejar uma invasão da Ucrânia, apesar das repetidas respostas de Moscou que conduz exercícios militares dentro de suas próprias fronteiras. O Kremlin, por sua vez, refere sua preocupação com a crescente presença militar da OTAN no Leste Europeu e cooperação com a Ucrânia como ameaças à sua segurança nacional.
Em dezembro de 2021 o governo russo enviou projetos de acordo sobre a segurança europeia, propondo eliminar todas as atividades militares tanto da Rússia como da OTAN na proximidade entre os dois lados, e impedir a continuação da expansão para leste da Aliança Atlântica. No entanto, as tensões têm continuado, e ainda não há resolução do conflito.