Panorama internacional

China ataca postura dos EUA dizendo que alegações sobre a guerra atrapalham economia da Ucrânia

A divulgação de informações de relatórios de inteligência, alegando que suposta invasão russa seria iminente, atingiram duramente a economia ucraniana, segundo a China.
Sputnik
De acordo com Pequim, alegações de políticos ocidentais e agências de espionagem de que bombas russas poderiam começar a cair sobre a Ucrânia a qualquer momento como parte de uma invasão total foram um duro golpe social e econômico para Kiev.
Nesta quarta-feira (16), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, avaliou, durante coletiva de imprensa, o impasse na fronteira entre os dois países do Leste Europeu, argumentando que Washington contribuiu para o rápido aumento das tensões.
"Nos últimos dias, os Estados Unidos vêm atiçando a ameaça de guerra, criando artificialmente uma atmosfera tensa, que desferiu um duro golpe na economia, na estabilidade social e nas condições de vida do povo da Ucrânia", disse o porta-voz.
Segundo o diplomata, Washington também aumentou "a resistência ao avanço das negociações e do diálogo entre as partes envolvidas".
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Os comentários de Wang Wenbin dizem respeito ao impasse entre o Leste e o Ocidente nos últimos meses, com vários líderes alertando repetidamente que a Rússia poderia, em breve, ordenar uma invasão à Ucrânia. Autoridades em Washington chegaram ao ponto de afirmar que Moscou poderia lançar o ataque durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.
No início desta semana, o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, anunciou que os EUA estão cada vez mais preocupados com o "relacionamento crescente entre Rússia e China" e o "apoio tácito" de Pequim a Moscou em questões de segurança europeia.
O Kremlin tem insistido repetidamente que não tem intenções agressivas contra a Ucrânia. Na terça-feira (15), o Ministério da Defesa de Moscou anunciou que suas tropas encerraram os exercícios de treinamento em Belarus, perto da fronteira ucraniana, e que tinham iniciado o processo de retorno às suas bases permanentes.
Em meio a rumores de que uma incursão na Ucrânia seria iminente, Moscou quis obter garantias de segurança que limitassem tanto a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) próximo às suas fronteiras, quanto sua presença no Leste Europeu.
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Após uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e seu colega chinês Xi Jinping, em Pequim, antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno no início deste mês, o Kremlin publicou uma declaração conjunta na qual ambos os lados pediram pelo fim da expansão do bloco militar liderado pelos EUA.

"As partes se opõem a uma maior expansão da OTAN e pedem que a Aliança do Atlântico Norte se abstenha de abordagens ideológicas da época da Guerra Fria", diz o comunicado.

As duas nações enfatizaram a importância de sua parceria em uma série de esferas, como seu comércio em expansão, energia, economia e defesa. De acordo com o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, Xi está totalmente de acordo com a busca de Moscou de obter garantias de segurança do Ocidente, observando, em dezembro, que o líder chinês está "naturalmente bem ciente e entende a questão principal: as preocupações que a Rússia tem em suas fronteiras ocidentais".
Ainda assim, vários analistas especulam que essa colaboração aparentemente em crescimento entre Moscou e Pequim pode não ser tão desenvolvida quando comparada a blocos como a OTAN.
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