Segundo ele, o arrendamento à companhia não foi autorizado pelo governo federal à época, e sim pelo governo territorial que estava no poder no momento.
Existem dez territórios australianos fora das fronteiras dos estados, que recebem direito limitado de autogoverno pelo governo federal.
A concessão do porto de Darwin à empresa Shandong Landbridge Group, feita em um contrato válido por 99 anos, levantou preocupações de segurança nacional na Austrália e entre seus aliados do Ocidente. Com isso, o departamento de defesa solicitou uma revisão do acordo.
"Quando o arrendamento foi feito pelo governo territorial anterior, nunca houve autorização do governo federal. Eu sei que dizem isso por aí, mas é simplesmente falso", disse Morrison em uma entrevista coletiva, em Darwin.
Morrison ressaltou que poderá retirar o controle do porto da empresa chinesa de acordo com o "interesse nacional".
"Se houver recomendações, com conselhos que recebemos do Departamento de Defesa, e for preciso realizar ações adicionais, não hesitarei", disse Morrison, quando perguntado se rescindiria o contrato no futuro.
Na época, o então secretário de Defesa da Austrália, Dennis Richardson, descreveu as preocupações como "alarmistas" e "absurdas".
Porém, segundo Morrison, as observações "não eram as opiniões do governo australiano".
Morrison tem encarado críticas do principal partido da oposição ao seu governo. Durante um debate parlamentar, o líder oposicionista Anthony Albanese já o acusou de servir aos "interesses" da China.
Porto 'estratégico' sob os olhos de Washington
O porto de Darwin no Território do Norte da Austrália (NT, na sigla em inglês) tem sido frequentemente descrito como o ativo portuário "mais estratégico" do país devido à sua localização direcionada à Ásia.
Na época do arrendamento do porto à empresa chinesa, o então presidente dos EUA, Barack Obama, disse ao ex-primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull que Washington deveria ter recebido um "aviso" sobre a decisão.
O Departamento de Defesa dos EUA anunciou, no ano passado, que "atualizaria" sua infraestrutura militar na Austrália nos próximos anos como parte de uma reavaliação global sobre a implantação de forças norte-americanas em todo o mundo.