"Existe a possibilidade de isso ser uma demonstração do Brasil de que nós estamos presentes no BRICS para que, caso outros países, além da Argentina, estejam interessados a se unirem ao BRICS, venham ao Brasil fazer esse tipo de requerimento. É uma forma também de o Brasil demonstrar dentro do BRICS a sua presença e o seu multilateralismo, que ficou bastante prejudicado nos últimos anos", aponta a especialista.
"Precisamos estar presentes também em investimentos nas áreas tecnológicas, que são talvez as que mais crescem ultimamente. E acredito que essa nova tentativa de reaproximação com a Rússia tenha também um caráter complementar em algum momento de relações técnico-militares, porque a presença russa no subcontinente sul-americano em termos militares é crescente", conclui.
Fabricação da Sputnik Light no Brasil dá exemplo de cooperação com a Rússia
"A importância é enorme de a gente ter tecnologia e produção do IFA, tanto da Sputnik V quanto da Sputnik Light, no Brasil, sem depender de importações. Isso é uma coisa fantástica, nós devemos isso à Rússia, que nos cedeu essa tecnologia sem custo e ônus nenhum para a nossa nação", disse Castro Marques.
"O nível de negócio do Brasil com essa parte do mundo, com a Eurásia, é muito baixo. Aqui tem um potencial de negócios gigante. Lamentavelmente, os empresários brasileiros não têm aproveitado as oportunidades para ampliação dos negócios com essa parte do mundo, que tem muito poder aquisitivo, muita condição de transferência tecnológica e desenvolvimento de nosso interesse", conclui.