As Forças Armadas da Ucrânia começaram a executar o plano de invasão da região de Donbass, disse na segunda-feira (21) Eduard Basurin, representante da Milícia Popular da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD).
"Basicamente, o plano [de invasão] começa a ser implementado pouco a pouco. É na direção de Lugansk, onde estão acontecendo confrontos, e na direção de Mariupol", explicou Basurin ao canal Rossiya 1.
A república está sendo atacada ao longo de toda a linha de contato pelas Forças Armadas da Ucrânia, incluindo o Aeroporto de Donetsk, disse Basurin.
"Sobre os disparos: sim, eles estão acontecendo aqui por todo o lado, por toda a linha de contato, e no aeroporto também", indicou ele, apontando que o número de projéteis lançados atingiu um máximo desde 2015.
"Durante dois dias foram lançadas cerca de 2.000 munições na nossa república. Eu comparo isso com o que houve em 2015, porque só nesse tempo as contávamos em milhares. Antes não acontecia isso."
20 de fevereiro 2022, 04:21
Basurin resumiu a situação ao canal Solovyov Live no YouTube.
"Nós temos uma guerra [...] A situação não é simplesmente difícil, ela é realmente crítica", comentou.
O representante da Milícia Popular da RPD relatou também a infiltração de equipes de sabotagem na região.
"De manhã começou um bombardeio massivo na localidade de Kominternovo. Nesse momento houve a penetração de dois grupos de sabotagem no território profundo da nossa república. Um dos objetivos do grupo era explodir depósitos de foguetes e munições de artilharia, o que foi realizado. O segundo grupo avançou na direção de Novoazovskoe para desestabilizar a situação", detalhou o representante da Milícia Popular local.
Eduard Basurin informou que o Ministério da Segurança Nacional e o Ministério do Interior de Donetsk estão buscando e tentando eliminar esses dois grupos.
Nos últimos dias se intensificaram as tensões em torno da região de Donbass, com Kiev concentrando forças na linha de separação com as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk a maior parte do Exército e conduzindo regularmente ataques contra as milícias populares das repúblicas, inclusive com armamento proibido.
Devido à ameaça de uma invasão da Ucrânia, as autoproclamadas repúblicas começaram a evacuação de mulheres, crianças e idosos para a região russa de Rostov e anunciaram a mobilização geral.