Com atraso de mais de uma hora, o presidente dos EUA falou com a imprensa sobre a crise na Ucrânia. A coletiva durou pouco mais de 10 minutos, e Biden saiu sem responder perguntas de repórteres.
O chefe de Estado norte-americano disse que estava impondo a primeira parcela de sanções econômicas contra a Rússia, em resposta ao reconhecimento por Moscou das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL).
Pessoas com bandeiras russas lançam fogos de artifício nas ruas de Donetsk após Rússia ter reconhecido a independência das repúblicas de Donbass, 21 de fevereiro de 2022. Foto de arquivo
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"A Rússia acaba de anunciar que está conquistando um grande pedaço da Ucrânia", resumiu Biden. Ele ainda afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, estava "criando uma lógica para tomar mais território à força".
"Este é o início de uma invasão russa, dado que ele [Putin] pediu permissão em sua Duma", continuou.
"Quem, em nome do Senhor, Putin acha que lhe dá o direito de declarar novos países em território que pertencia a seus vizinhos?" questionou.
A primeira parcela de sanções contra a Rússia visa ao VEB e seu banco militar e a dívida soberana da Rússia, pressionando o que classificou como as "elites russas e suas famílias".
Presidente russo, Vladimir Putin (à esquerda), aperta a mão de seu homólogo norte-americano Joe Biden durante cúpula EUA-Rússia em Genebra, Suíça, 16 de junho de 2021. Foto de arquivo
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Biden também disse que trabalhou com o chanceler alemão Olaf Scholz para garantir que o gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que traria gás natural liquefeito da Rússia para a Alemanha, não seja aberto.
"Esta é uma violação flagrante do direito internacional e exige uma resposta firme da comunidade internacional", comentou.
Segundo o presidente, os EUA estão preparados para implementar sanções "muito além" das de 2014, caso a Rússia ataque a Ucrânia.
Ele ainda revelou que as tropas norte-americanas seriam deslocadas de outros lugares da Europa para os Estados Bálticos em resposta às tropas russas que permanecem em Belarus.
Na segunda-feira (21), Putin reconheceu a independência da República Popular de Lugansk (RPL) e da República Popular de Donetsk (RPD).
Ele explicou que o Protocolo de Minsk, que deveria pacificar o conflito de Donbass, há muito foi morto por Kiev, que se recusou a implementar o acordo alcançado com a Rússia.
A decisão foi tomada quando as forças ucranianas aumentaram dramaticamente seus ataques às repúblicas de Donbass na semana passada, ocasionando a fuga de dezenas de milhares de civis para a região de Rostov, na Rússia.