Manhã com Sputnik Brasil: destaques desta terça-feira, 22 de fevereiro

Bom dia! A Sputnik Brasil está acompanhando as matérias mais relevantes desta terça-feira (22), marcada pelo reconhecimento das RPD e RPL pela Rússia, pela reação imediata do Ocidente ao passo e pelas palavras do ministro da Energia russo de que os parceiros da Gazprom podem entrar com um processo na Justiça caso o Nord Stream 2 não seja lançado.
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Bolsonaro atribui queda no número de assassinatos à liberação de armas

Ao conversar com apoiadores nesta segunda-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a redução de assassinatos no Brasil à sua política de liberação de armas à população. O presidente da República comentou os dados coletados pelo projeto Monitor da Violência, que mostram uma queda de 7% no número de homicídios em 2021, comparando com 2020. "A imprensa não fala que, entre outras coisas, a liberação das armas para o pessoal de bem, o cara pensa duas vezes antes de fazer uma besteira", ressaltou Bolsonaro. Contudo, os especialistas apontam a distorção dos dados. Segundo eles, mais armas em circulação são um risco para a sociedade, enquanto a tendência de diminuição nos índices de assassinatos no país começou antes do governo Bolsonaro.
Armas de choque não letais para Polícia Militar

Procurador-geral da República pede para retirar sigilo de investigações da CPI da Covid

Ontem (21), Augusto Aras, procurador-geral da República, encaminhou um pedido ao Supremo Tribunal Federal para que a Corte retire o sigilo das investigações preliminares iniciadas por conta dos relatórios da CPI da Covid. Nove das dez apurações são sigilosas. O PRG argumenta que a medida garantirá o acesso da sociedade a toda a informação que consta na apuração. Vários senadores pressionam Aras por ele não ter levado à frente algumas denúncias feitas pela comissão parlamentar, sobretudo as relativas ao presidente brasileiro. Na área do combate à pandemia, o Brasil confirmou mais 333 mortes e 43.001 casos de COVID-19, totalizando 644.695 óbitos e 28.250.591 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Antônio Augusto Brandão de Aras durante sessão da CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania no Senado, Brasília, 24 de agosto de 2021

Rússia publica decretos de Putin sobre o reconhecimento das repúblicas de Donbass

Na manhã de hoje, terça-feira (22), foram publicados os decretos do presidente russo Vladimir Putin sobre o reconhecimento das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Putin ordenou às Forças Armadas russas que assegurem a manutenção da paz na RPD e RPL. Além disso, o presidente enviou à Duma de Estado os Acordos de Amizade, Cooperação e Ajuda Mútua com as repúblicas, para ratificação. Prevê-se que os tratados vigorem por um período de dez anos. A Rússia e as repúblicas de Donbass confirmam e respeitam a integridade e a não violação das suas fronteiras e vão defendê-las em conjunto. A RPD e a RPL acabam de anunciar a ratificação dos acordos pelos parlamentos das duas repúblicas. Nos últimos dias, a situação em Donbass tem se agravado. Devido à ameaça de invasão pelo Exército ucraniano, as repúblicas iniciaram a mobilização total e começaram a evacuar civis para a vizinha Rússia. Ontem, dia 21 de fevereiro, os líderes de ambas as repúblicas pediram à Rússia que reconhecesse a sua independência, o que veio a acontecer.
Presidente russo, Vladimir Putin, assina documentos, inclusive decretos sobre reconhecimento das repúblicas de Donbass como entidade independentes, durante cerimônia em Moscou, Rússia, 21 de fevereiro de 2022

Após reconhecimento russo das repúblicas de Donbass, EUA anunciam sanções contra Moscou

Os Estados Unidos e seus aliados na Europa disseram estar prontos para anunciar novas e duras sanções contra a Federação da Rússia após o reconhecimento oficial das repúblicas de Donbass pelo presidente Vladimir Putin. Ante as tensões agravadas no Leste Europeu, o pessoal do Departamento de Estado americano em Lvov será transferido por uma noite para a Polônia "por razões de segurança", anunciou hoje (22) o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Ele também exortou os cidadãos americanos a deixarem a Ucrânia "de imediato" devido à deterioração e imprevisibilidade da situação no país. Por sua vez, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky afirmou que as fronteiras da Ucrânia reconhecidas internacionalmente vão permanecer as mesmas. Enquanto isso, o MRE da Ucrânia declarou que o passo russo a respeito das repúblicas de Donetsk e Lugansk viola a soberania do Estado ucraniano.
Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, faz discurso à nação após reconhecimento russo das repúblicas populares de Donbass como independentes, Kiev, 22 de fevereiro de 2022

Embaixador russo na ONU acusa Kiev de destruir Acordos de Minsk

Conforme disse o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, Kiev fez tudo para destruir os Acordos de Minsk, destinados a regularizar o conflito em Donbass. "Kiev não só muito rapidamente voltou à retórica militante e continuou bombardeando civis, mas também fez tudo para sabotar e, eventualmente, destruir os Acordos de Minsk", disse ele na sessão emergencial do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (21). O diplomata sublinhou que as promessas de estabelecer a paz na região feitas por Vladimir Zelensky em 2019 não foram cumpridas. Nebenzya exortou o Ocidente a forçar Kiev a abandonar seus planos militaristas e não agravar a situação em torno da Ucrânia. "Ninguém, além de vocês, será capaz de conter os planos militaristas de Kiev e forçá-la a parar de bombardear e de provocar as Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk, o que nas novas circunstâncias pode ter consequências particularmente perigosas."
Sessão emergencial do Conselho de Segurança da ONU após a Rússia ter reconhecido a independência das repúblicas de Donbass, Nova York, 21 de fevereiro de 2022

Ministro da Energia russo: parceiros da Gazprom podem entrar com processo na Justiça se Nord Stream 2 não for lançado

Os parceiros da empresa Gazprom na Europa no projeto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), promovido pela Rússia, podem entrar com um processo na Justiça se o gasoduto não for lançado devido às sanções, disse o ministro da Energia da Rússia, Nikolai Shulginov. Segundo ele, a questão do suprimento de gás aos consumidores não deve ser politizada. "Da concretização do projeto participaram várias empresas europeias. Isso significaria perdas para elas, e alguém terá que compensar essas perdas. Poderiam recorrer ao tribunal. Baseamo-nos no fato de que a questão do fornecimento de gás não deve ser politizada", respondeu o ministro em entrevista à Energy Intelligence a uma questão sobre a possibilidade de o gasoduto não chegar a entrar em funcionamento. Anteriormente, o presidente Joe Biden, em encontro com o chanceler alemão Olaf Scholz, disse que bloquearia o Nord Stream 2 caso a situação se agravasse na Ucrânia.
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