Bolsonaro atribui queda no número de assassinatos à liberação de armas
Ao conversar com apoiadores nesta segunda-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a redução de assassinatos no Brasil à sua política de liberação de armas à população. O presidente da República comentou os dados coletados pelo projeto Monitor da Violência, que mostram uma queda de 7% no número de homicídios em 2021, comparando com 2020. "A imprensa não fala que, entre outras coisas, a liberação das armas para o pessoal de bem, o cara pensa duas vezes antes de fazer uma besteira", ressaltou Bolsonaro. Contudo, os especialistas apontam a distorção dos dados. Segundo eles, mais armas em circulação são um risco para a sociedade, enquanto a tendência de diminuição nos índices de assassinatos no país começou antes do governo Bolsonaro.
Procurador-geral da República pede para retirar sigilo de investigações da CPI da Covid
Ontem (21), Augusto Aras, procurador-geral da República, encaminhou um pedido ao Supremo Tribunal Federal para que a Corte retire o sigilo das investigações preliminares iniciadas por conta dos relatórios da CPI da Covid. Nove das dez apurações são sigilosas. O PRG argumenta que a medida garantirá o acesso da sociedade a toda a informação que consta na apuração. Vários senadores pressionam Aras por ele não ter levado à frente algumas denúncias feitas pela comissão parlamentar, sobretudo as relativas ao presidente brasileiro. Na área do combate à pandemia, o Brasil confirmou mais 333 mortes e 43.001 casos de COVID-19, totalizando 644.695 óbitos e 28.250.591 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Antônio Augusto Brandão de Aras durante sessão da CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania no Senado, Brasília, 24 de agosto de 2021
© Foto / Agência Senado / Jefferson Rudy
Rússia publica decretos de Putin sobre o reconhecimento das repúblicas de Donbass
Na manhã de hoje, terça-feira (22), foram publicados os decretos do presidente russo Vladimir Putin sobre o reconhecimento das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Putin ordenou às Forças Armadas russas que assegurem a manutenção da paz na RPD e RPL. Além disso, o presidente enviou à Duma de Estado os Acordos de Amizade, Cooperação e Ajuda Mútua com as repúblicas, para ratificação. Prevê-se que os tratados vigorem por um período de dez anos. A Rússia e as repúblicas de Donbass confirmam e respeitam a integridade e a não violação das suas fronteiras e vão defendê-las em conjunto. A RPD e a RPL acabam de anunciar a ratificação dos acordos pelos parlamentos das duas repúblicas. Nos últimos dias, a situação em Donbass tem se agravado. Devido à ameaça de invasão pelo Exército ucraniano, as repúblicas iniciaram a mobilização total e começaram a evacuar civis para a vizinha Rússia. Ontem, dia 21 de fevereiro, os líderes de ambas as repúblicas pediram à Rússia que reconhecesse a sua independência, o que veio a acontecer.
Presidente russo, Vladimir Putin, assina documentos, inclusive decretos sobre reconhecimento das repúblicas de Donbass como entidade independentes, durante cerimônia em Moscou, Rússia, 21 de fevereiro de 2022
© REUTERS / Kremlin
Após reconhecimento russo das repúblicas de Donbass, EUA anunciam sanções contra Moscou
Os Estados Unidos e seus aliados na Europa disseram estar prontos para anunciar novas e duras sanções contra a Federação da Rússia após o reconhecimento oficial das repúblicas de Donbass pelo presidente Vladimir Putin. Ante as tensões agravadas no Leste Europeu, o pessoal do Departamento de Estado americano em Lvov será transferido por uma noite para a Polônia "por razões de segurança", anunciou hoje (22) o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Ele também exortou os cidadãos americanos a deixarem a Ucrânia "de imediato" devido à deterioração e imprevisibilidade da situação no país. Por sua vez, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky afirmou que as fronteiras da Ucrânia reconhecidas internacionalmente vão permanecer as mesmas. Enquanto isso, o MRE da Ucrânia declarou que o passo russo a respeito das repúblicas de Donetsk e Lugansk viola a soberania do Estado ucraniano.
Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, faz discurso à nação após reconhecimento russo das repúblicas populares de Donbass como independentes, Kiev, 22 de fevereiro de 2022
© REUTERS / Presidência da Ucrânia
Embaixador russo na ONU acusa Kiev de destruir Acordos de Minsk
Conforme disse o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, Kiev fez tudo para destruir os Acordos de Minsk, destinados a regularizar o conflito em Donbass. "Kiev não só muito rapidamente voltou à retórica militante e continuou bombardeando civis, mas também fez tudo para sabotar e, eventualmente, destruir os Acordos de Minsk", disse ele na sessão emergencial do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (21). O diplomata sublinhou que as promessas de estabelecer a paz na região feitas por Vladimir Zelensky em 2019 não foram cumpridas. Nebenzya exortou o Ocidente a forçar Kiev a abandonar seus planos militaristas e não agravar a situação em torno da Ucrânia. "Ninguém, além de vocês, será capaz de conter os planos militaristas de Kiev e forçá-la a parar de bombardear e de provocar as Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk, o que nas novas circunstâncias pode ter consequências particularmente perigosas."
Sessão emergencial do Conselho de Segurança da ONU após a Rússia ter reconhecido a independência das repúblicas de Donbass, Nova York, 21 de fevereiro de 2022
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Ministro da Energia russo: parceiros da Gazprom podem entrar com processo na Justiça se Nord Stream 2 não for lançado
Os parceiros da empresa Gazprom na Europa no projeto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), promovido pela Rússia, podem entrar com um processo na Justiça se o gasoduto não for lançado devido às sanções, disse o ministro da Energia da Rússia, Nikolai Shulginov. Segundo ele, a questão do suprimento de gás aos consumidores não deve ser politizada. "Da concretização do projeto participaram várias empresas europeias. Isso significaria perdas para elas, e alguém terá que compensar essas perdas. Poderiam recorrer ao tribunal. Baseamo-nos no fato de que a questão do fornecimento de gás não deve ser politizada", respondeu o ministro em entrevista à Energy Intelligence a uma questão sobre a possibilidade de o gasoduto não chegar a entrar em funcionamento. Anteriormente, o presidente Joe Biden, em encontro com o chanceler alemão Olaf Scholz, disse que bloquearia o Nord Stream 2 caso a situação se agravasse na Ucrânia.