O presidente norte-americano, Joe Biden, apresentou nesta quarta-feira (23) o conjunto de sanções ao gasoduto russo Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2).
"Hoje [23] orientei meu governo a impor sanções ao Nord Stream 2 AG e seus diretores corporativos", disse Biden em comunicado à imprensa.
Ele enfatizou que essas medidas "são a outra parte de nossa parcela inicial de sanções em resposta às ações da Rússia na Ucrânia", embora o comunicado não tenha informado qual seria a natureza dessas sanções.
O POTUS confirma: "Hoje, ordenei ao meu governo que imponha sanções ao Nord Stream 2 AG e seus diretores corporativos. Esses passos são outra parte de nossa parcela inicial de sanções em resposta às ações da Rússia na Ucrânia".
Em seguida ele afirmou: "Como deixei claro, não hesitaremos em tomar outras medidas se a Rússia continuar a escalar".
Outras partes desta "primeira parcela" de sanções incluíam a proibição de negociar a dívida soberana da Rússia e penalizações contra dois bancos estatais de desenvolvimento russos.
O Nord Stream 2 tem como objetivo dobrar a capacidade de fornecimento de gás russo para a Europa pelo mar Báltico, em um contexto de crise energética no continente. O primeiro gasoduto Nord Stream, inaugurado em 2012, transporta 55 bilhões de metros cúbicos de gás anualmente para a Alemanha, correspondendo a 49% de todo o consumo do combustível no país.
Sinal de trânsito direciona o tráfego para a entrada da instalação de aterramento da linha de gás do Nord Stream 2 em Lubmin, Alemanha. Foto de arquivo
A obra do Nord Stream 2 chegou a ser alvo de sanções dos EUA, mais tarde retiradas por Biden. Ela já era criticada por, na visão de Washington, elevar a dependência europeia do gás russo.
Ontem (23), um representante do governo do Catar negou que o país esteja pronto para substituir o papel da Rússia no fornecimento de gás à Europa.
"Nem o Catar nem qualquer outro país tem capacidade para substituir o fornecimento de gás russo à Europa em caso de interrupção por um conflito na Ucrânia", disse o ministro da Energia do Catar, Saad al-Kaabi, na última terça-feira (22).
"A Rússia oferece quase 40% do fornecimento de gás para a Europa. Não há um único país que possa substituir esse volume, não há capacidade para fazer isso a partir do GNL", afirmou.
Como um todo, os 27 países da União Europeia dependem em 41% do gás fornecido pela Rússia. Há algumas nações, como Hungria e República Tcheca, em que a dependência chega a quase 100%.