Em seu discurso, Putin afirmou que apesar de não existirem planos de ocupação do país vizinho, a Rússia se defenderá caso seja necessário. Em resposta a uma declaração anterior do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de que Kiev pode reconsiderar o status não nuclear do país sob o Memorando de Budapeste de 1994, Putin também afirmou que a Rússia não permitirá que isso ocorra.
"As circunstâncias nos obrigam a tomar medidas decisivas e imediatas. As repúblicas populares de Donbass pediram ajuda à Rússia. A este respeito, de acordo com o artigo 51, parte sete da Carta da ONU [Organização das Nações Unidas], com a sanção do Conselho da Federação e em cumprimento de tratados de amizade e assistência mútua com a RPD e a RPL, ratificados pela Assembleia Federal, decidi realizar uma operação militar especial", disse Putin em seu discurso.
O presidente russo apontou que a máquina de guerra aliada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) apoia grupos neonazistas na Ucrânia e está se aproximando das fronteiras da Rússia.
"Os países líderes da OTAN perseguem seus próprios objetivos apoiando totalmente os nazistas e neonazistas extremistas da Ucrânia, que, por sua vez, nunca perdoarão as pessoas da Crimeia e de Sebastopol por sua livre escolha de se reunificarem à Rússia", disse Putin.
O presidente russo também se dirigiu às forças ucranianas, pedindo aos militares de Kiev que deponham as armas e lembrem-se de que prestaram juramento ao povo, não à junta.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o discurso televisionado à nação, 21 de fevereiro de 2021
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Putin também afirmou que a Rússia responderá imediatamente a qualquer ameaça externa.
"Quem tentar interferir conosco e criar ameaças contra o nosso país e nosso povo, deve saber que a Rússia dará uma resposta imediata", disse Putin.
Na segunda-feira (21), Putin anunciou o reconhecimento da independência da RPL e da RPD, após o aumento de violações do cessar-fogo na região de Donbass. Além do reconhecimento, a Rússia prometeu apoio militar para a defesa das fronteiras de ambas as repúblicas. A decisão foi seguida de críticas de países ocidentais, que anunciaram sanções contra Moscou.