O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ligou para o chanceler brasileiro, Carlos França, para falar sobre a crise ucraniana nesta sexta-feira (25), conforme publicado no Twitter oficial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Segundo a nota do Itamaraty sobre o telefonema, as autoridades discutiram "o que é possível fazer para encerrar as operações militares em curso, restaurar a paz e impedir que a população civil continue a sofrer as consequências do conflito". De acordo com o G1, a conversa não estava prevista na agenda oficial de França.
Na terça-feira (24), o MRE do Brasil publicou uma nota e apelou para uma "solução diplomática da crise com base nos Acordos de Minsk", levando em consideração a segurança de todas as partes envolvidas e proteção da população civil.
Também nesta sexta-feira (25), representantes de embaixadas que compõem o G7 se reuniram em Brasília e defenderam que o governo brasileiro condene Moscou pela crise ucraniana durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU que deve acontecer ainda hoje (25).
"Hoje [25] é um dia muito importante em Nova York, porque uma resolução muito firme, muito forte vai ser apresentada ao Conselho de Segurança. E esperamos que o Brasil vote a favor dessa resolução e que condene a invasão à Ucrânia", disse Brigitte Collet, embaixadora da França no Brasil citada pelo G1.
Outra autoridade que se manifestou foi o embaixador da Alemanha em Brasília, Heiko Thoms, o qual reforçou que o voto e o Brasil são "importantes".
"Eu só queria lembrar que o Brasil, quando foi eleito para o conselho, mencionou algumas prioridades, e a primeira foi a defesa da Carta das Nações Unidas e a defesa dos princípios do direito internacional", afirmou Thoms.
Na mesma linha, o embaixador do Japão, Teiji Hayashi, pontuou que a questão entre a Rússia e a Ucrânia não é apenas um problema europeu e pode acontecer "na Ásia, na América Latina e em outras regiões internacionais", e por isso, "estamos falando com os colegas latino-americanos, com o governo brasileiro, para colaborar mais".
O G7 é composto por Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Japão e Estados Unidos.
Até o momento, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), não se posicionou sobre o assunto, mas decretou ontem (24) que os comunicados do Itamaraty sobre a crise na Ucrânia serão aprovados por ele, conforme noticiado.