Panorama internacional

Kremlin: ucranianos não sabem o que acontece no país por serem vítimas de propagandistas da Ucrânia

Grande parte dos ucranianos com familiares na Rússia que estão se escondendo do conflito militar na Ucrânia não sabe o que está acontecendo, segundo o porta-voz presidencial russo.
Sputnik
A esmagadora maioria dos russos tem familiares que vivem na Ucrânia, mas esses não sabem o que está acontecendo, ou são vítimas de propagandistas ucranianos, disse na segunda-feira (28) Dmitry Peskov, porta-voz presidencial da Rússia.
"Não só na administração presidencial, mas em toda a Rússia, a esmagadora maioria da população tem amigos, familiares, próximos, distantes e assim em diante, que vivem na Ucrânia. Obviamente, todos eles agora sentem dor pelo que está acontecendo com estes familiares", referiu Peskov.
"Mas também pela minha própria experiência [...] posso dizer que até aqueles que atualmente estão sentados nos porões dos edifícios e assim por diante, eles a) muito frequentemente se tornam realmente reféns desses agrupamentos militares nacionalistas, eles realmente os usam como escudos; b) eles não sabem a verdadeira situação; e c) eles se tornam vítimas dos propagandistas ucranianos. Isso é realmente assim", disse ele aos jornalistas.
A resposta era à questão se o Kremlin recebe nova informação "que difere da sua percepção antes do começo da operação" militar especial na Ucrânia.
"A primeira informação provavelmente deve ser dirigida aos militares. Não penso que agora é hora de falar de alguns resultados da operação ou sua eficácia, é preciso esperar pelo [seu] fim", afirmou, respondendo à pergunta se a liderança militar e Vladimir Putin, presidente da Rússia, estão satisfeitos com o rumo da ofensiva.
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Questionado sobre a possibilidade de criação de um canal de comunicação entre o Pentágono e Moscou sobre o conflito na Ucrânia, Peskov também redirecionou a questão ao Ministério da Defesa russo, mas reconheceu que tal canal, criado em 2015 sobre o conflito na Síria, "funcionou com muito sucesso" mesmo na proximidade das forças dos EUA e da Rússia.
No entanto, o representante do Kremlin considerou "absolutamente inaceitáveis" as declarações de Liz Truss, ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, sobre a possibilidade da escalada em direção a um conflito entre a OTAN e a Rússia, se as ações de Moscou não forem paradas.
O porta-voz presidencial russo apontou ainda que a Rússia responderá na mesma moeda a proibições europeias das companhias aéreas russas.
"Obviamente aqui haverá respostas. O princípio orientador será o princípio da reciprocidade. E claro, nossos próprios interesses estarão no centro da mesa", comentou Dmitry Peskov.
Na madrugada de quinta-feira (24) Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou o começo de uma operação especial militar na região de Donbass, que teve início após um pedido de assistência militar feito pelas recém-reconhecidas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk.
O presidente russo observou que os habitantes russófonos têm sido sujeitos a um genocídio nessa região, e disse que toda a responsabilidade pelo sangue derramado recai sobre o governo em Kiev, instando os militares da Ucrânia a não cumprirem as ordens, a deporem as armas e a voltarem para casa.
Segundo Moscou, os ataques têm como objetivo desmilitarizar a Ucrânia e combater a presença de neonazistas no país, garantindo assim a segurança da região de Donbass e da Rússia. O Ministério da Defesa garante que apenas ataca alvos militares, e que os civis não têm nada que temer.
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