Quatro integrantes da equipe do presidente, Jair Bolsonaro (PL), ouvidos em forma de anonimato pela Folha de São Paulo foram unânimes em dizer que há uma pressão para que o chefe da Economia, Paulo Guedes, acelere medidas que possam conter um aumento explosivo no preço dos combustíveis causado pela operação militar especial da Rússia na Ucrânia.
No entanto, integrantes do governo Bolsonaro dizem que o ministro não estaria se movendo para tal.
De acordo com diferentes relatos, Guedes teria se comprometido, antes mesmo da crise ucraniana, a adotar medidas "drásticas" caso o preço do barril de petróleo chegasse a US$ 100 (R$ 503). A principal delas seria a criação de um fundo estabilizador de preços dos combustíveis.
Com a crise, o preço do barril já chegou perto dos US$ 120 (R$ 604).
"E agora Paulo Guedes está enrolando, ele é contra o fundo e não deixa a coisa andar", disse um ministro em reserva ao jornal.
Outro integrante afirmou que "estamos pressionando para que ele tome uma atitude. Sempre defendi Paulo Guedes, mas até eu estou agora contra a atitude dele".
Já outro ministro declarou que problemas cíclicos exigem ações cíclicas – e, no caso, emergenciais. Mas Guedes estaria esperando a operação acabar e os problemas se resolverem por conta própria.
"O governo precisa intervir, e ele está segurando. É hoje o nosso grande drama."
Segundo a mídia, a ideia defendida pelos integrantes é a criação do fundo para equalizar preços, o qual alimentaria com recursos recebidos do governo – através do próprio setor de exploração de petróleo e gás – o subsídio para os combustíveis em momentos de explosão de preços.
No entanto, a possível medida, sempre sofreu resistência da equipe econômica e foi apelidada de PEC kamikaze, conforme noticiado.
O chefe da Economia seria contra o fundo porque, computado como despesa, o subsídio estouraria o teto de gastos imposto por lei ao governo.
27 de janeiro 2022, 12:15
Mas integrantes o acusam de velha política, visto que o ministro trabalharia "com uma cartilha dos anos 1970 para problemas do século XXI, em que enfrentamos uma pandemia e agora até mesmo uma guerra", disse outro parlamentar.
Há outro projeto que versa sobre a diminuição do ICMS sobre combustíveis, mas ele também empacou no Congresso. A expectativa, segundo a mídia, é que a gravidade da crise finalmente empurre o debate e a construção de uma solução.
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