A China tomou medidas essenciais para promover o uso de moedas locais entre seus vizinhos asiáticos no comércio e investimento regional.
Os swaps cambiais bilaterais (um instrumento financeiro que auxilia no processo de intervenção nas taxas de câmbio entre as duas partes de um contrato, para conter sua volatilidade) visam contribuir para a integração regional, particularmente dentro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), e para a estabilidade financeira na área diante de choques externos, informou o South China Morning Post.
Na medida em que o centro de gravidade se afasta do sistema financeiro e comercial dominado pelo dólar americano para a Ásia e suas economias emergentes, os swaps cambiais acabam se traduzindo em uma evolução financeira natural, o que, segundo analistas, pode vir a "esmagar a hegemonia do dólar na região".
As trocas regionais também são um passo importante para a internacionalização da moeda chinesa, o yuan, e sua crescente aceitação no sistema comercial da ASEAN.
Enquanto isso, Rússia e China chegaram a um acordo de fornecimento de gás ao gigante asiático por 30 anos, cujos ajustes serão feitos em euro, um desenvolvimento que vai reforçar sua aliança estratégica em meio às tensões que ambos enfrentam com o Ocidente.
Visto como um jogo de soma zero, ou seja, um jogo em que o ganho de um jogador representa necessariamente a perda para o outro, esses desenvolvimentos inevitavelmente reduzirão o uso do dólar americano, enfraquecendo sua hegemonia financeira e diluindo o impacto da política monetária norte-americana na Ásia.
Estima-se que os swaps cambiais dentro da ASEAN mais China, Japão e Coreia do Sul tenham atingido US$ 380 bilhões (cerca de R$ 1,925 trilhão) por ano.
A ASEAN é uma organização formada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, cujos objetivos são acelerar o crescimento econômico e promover a paz e a estabilidade na região.