Panorama internacional

'Do mar do Sul da China ao Oriente Médio, EUA não cumprem promessas', diz China

O ministro das Relações Exteriores da China acusou Washington de alimentar tensões em torno dos principais interesses de Pequim.
Sputnik
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (7), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que nenhum lugar deve ser considerado "quintal dos EUA" e que "o mundo não é um tabuleiro de xadrez geopolítico".
A China acusa Washington de não cumprir sua promessa de evitar confrontos com Pequim e não provocar divisões em outras partes do mundo. As informações são do South China Morning Post.
Wang Yi disse que os Estados Unidos não cumpriram os compromissos acordados com o governo chinês. Para o ministro, Washington mente ao dizer que não busca uma nova Guerra Fria e que não quer mudar o modelo de governança da China.
Em Guilin, na China, o chanceler chinês Wang Yi participa de coletiva de imprensa após encontro com seu homônimo russo, Sergei Lavrov, em 23 de março de 2021.
"Os EUA ainda não poupam esforços para travar uma 'competição intensa' com a China em um jogo de soma zero, constantemente atacando e provocando problemas em questões relativas aos interesses centrais da China", disse o ministro.

"Como país soberano e independente, a China tem todo o direito de tomar as medidas necessárias para defender firmemente seus direitos e interesses legítimos", acrescentou.

As tensões entre a China e os EUA aumentaram nos últimos meses, com Washington pressionando Pequim a condenar a Rússia (após a operação militar especial na Ucrânia) e fortalecendo as alianças de segurança na região do Indo-Pacífico.
Em viagem à Austrália no mês passado, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a ambição estratégica da China se expandiu para o desejo de ser uma potência militar, econômica, diplomática e política de liderança mundial.
Não obstante, os EUA também estão intensificando sua "aliança de segurança" na região, tendo assinado um acordo para ajudar a Austrália a estabelecer uma frota de submarinos movidos a energia nuclear. Pequim, por sua vez, busca compensar essa influência expandindo suas relações com nações de África, Ásia, América Latina e Oriente Médio.
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Respondendo aos questionamentos sobre o mar do Sul da China, Wang Yi afirmou que "a região da Ásia não é um tabuleiro de xadrez para grandes potências políticas, e os países do continente não são peões em confrontos geopolíticos".
Wang também culpou os EUA pelo caos no Afeganistão e pelo progresso paralisado nas negociações nucleares norte-coreanas.
Segundo ele, a retirada repentina das tropas norte-americanas levou a uma crise humanitária no Afeganistão, e os EUA devem desbloquear "imediatamente os ativos congelados do país para ajudar o seu povo".
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