Os chefes de 22 missões diplomáticas, incluindo de Estados-membros da União Europeia (UE), divulgaram uma carta conjunta em 1º de março pedindo que o Paquistão apoie uma resolução na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando o que o Ocidente tem chamado de "agressão" da Rússia contra a Ucrânia. A decisão de liberar a carta publicamente foi rara.
"O que vocês acham de nós? Nós somos seus escravos[?][...] Que o que vocês disserem, nós faremos?", disparou Khan enquanto discursava em um comício.
O Paquistão, um tradicional aliado do Ocidente, se absteve de votar enquanto a Assembleia Geral da ONU repreendia a Rússia por sua operação especial militar para "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia a pedido das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
"Quero perguntar aos embaixadores da União Europeia: vocês escreveram uma carta assim para a Índia?", disse Khan, observando que o arquirrival do Paquistão também se absteve.
Segundo a Reuters, o líder paquistanês também disse que os países europeus não censuraram a Índia por suas ações na Caxemira, uma região montanhosa na qual Paquistão e Índia travaram duas guerras.
Ele disse que o Paquistão sofreu porque apoiou a aliança ocidental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão, mas em vez de gratidão enfrentou críticas.
Khan e seu governo se viram no centro das atenções depois que ele fez uma visita a Moscou no final de fevereiro, quando as tensões na região de Donbass escalavam. Horas depois de sua partida, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início da operação especial militar.
"Somos amigos da Rússia e também somos amigos dos Estados Unidos, somos amigos da China e da Europa, não estamos em nenhum campo", acrescentou Khan, dizendo que o Paquistão permanecerá "neutro" e vai trabalhar com aqueles que tentam acabar com o conflito.