O Exército do Reino Unido avisou reiteradas vezes para que soldados britânicos não viajassem para a Ucrânia clandestinamente para entrar nos conflitos. No último domingo (6), o almirante Tony Radakin alertou que é "ilegal e inútil" que soldados pensem em lutar contra a Rússia.
Apesar dos apelos, um porta-voz das forças britânicas reconheceu nesta quarta-feira (9), em entrevista ao portal Sky News, que o governo "está ciente de que um pequeno número de soldados desobedeceu suas ordens e se ausentou sem licença, podendo ter viajado para a Ucrânia a título pessoal".
Atualmente, os membros do serviço militar do Reino Unido estão proibidos de ir à Ucrânia por qualquer motivo, mesmo que tenham recebido licença. O porta-voz ressaltou que aqueles que violarem essa regra "enfrentarão consequências disciplinares e administrativas".
O secretário de Defesa, Ben Wallace, havia dito anteriormente aos legisladores do país que quaisquer membros das Forças Armadas que se juntassem à batalha no Leste Europeu seriam processados quando retornassem.
Ele afirmou que os civis britânicos são fortemente desencorajados a se voluntariar para lutar ao lado das tropas ucranianas. A lei britânica proíbe cidadãos de lutar a serviço de qualquer Estado estrangeiro que esteja em guerra com um país com o qual o Reino Unido esteja em paz.
Nos últimos dias, o Ministério da Defesa da Rússia disse que mercenários enviados pelo Ocidente para apoiar o "regime nacionalista de Kiev" não podem ser considerados combatentes segundo o direito internacional.
Soldados dos EUA e do Reino Unido lado a lado após uma coletiva de imprensa sobre os exercícios militares Defender 2020, em Bruek, na Alemanha.
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De acordo com a pasta, eles não têm direito de receber o estatuto de prisioneiro de guerra e "o melhor que pode acontecer em caso de serem presos é enfrentar responsabilidade criminal".
"Apelamos aos cidadãos de Estados estrangeiros que planejem ir combater pelo regime nacionalista de Kiev para pensar várias vezes antes de partir", advertiu o ministério.
Na semana passada, cerca de 200 mercenários chegaram à Ucrânia da Croácia, através da Polônia. Vários países europeus, segundo a Defesa russa, permitiram oficialmente o envio dos homens.
Os mercenários estrangeiros, segundo representante da Defesa russa, realizam sabotagens e ataques contra colunas de equipamento bélico e de materiais russas, assim como contra aviação.