"Apesar do pré-sal, no Brasil também demandamos óleo cru. Desde 2016, a Petrobras tem como norma a PPI, que obedece e segue o preço internacional do barril de petróleo. Então vai haver uma pressão pelo aumento dos combustíveis. Se não houver intervenção do governo, a gasolina pode chegar a R$ 9 ou R$ 10", projetou.
"Se houver uma política de intervenção na Petrobras, a empresa vai sair prejudicada. Se Bolsonaro fizer qualquer intervenção, ele vai descumprir uma promessa de liberalismo e prejudicar a reeleição dele. Trata-se de um problema muito forte, porque a Petrobras é uma empresa que objetiva o lucro, é lucrativa e tem uma economia mista com acionistas", declarou.
"Esse governo é uma plutocracia voltada para os ricos, mas a intenção de Bolsonaro é controlar os preços porque os derivados têm impacto na inflação, uma vez que dois terços dos nossos transportes são feitos pelas rodovias. Já estamos com a inflação alta, acima dos 10%, e ela pode chegar a 20%", calculou.
"A Rússia é a terceira maior produtora e exportadora de petróleo, e o Brasil pode ganhar espaço no mercado externo por causa do embargo", avalia.
Projeto de lei 'eleitoreiro'
"O grande problema dessa precificação é que o Brasil é um país emergente, exportador de petróleo e importador de derivados (porque nossas refinarias não são capazes de produzi-los), mas com preços de países desenvolvidos", criticou Simas.
"Porque todo o mundo precisa de combustível, mesmo não sendo proprietário de um veículo. É preciso de diesel para caminhões, para ônibus, para deslocamentos no geral. Onde vamos parar? A inflação vai ficar descontrolada e impactará em tudo. Devido ao conflito externo, a inflação tende a explodir. Aquele dragão dos anos 80, a inflação descontrolada de antes do Plano Real, pode voltar a existir. Porque cortando uma oferta de petróleo, o preço sobe exorbitantemente", finalizou Broker Bone.