Conforme publicou a agência Reuters nesta quinta-feira (10), e-mails internos da Meta enviados aos moderadores de conteúdo das plataformas confirmam a mudança temporária na política da gigante de tecnologia em postagens no contexto da operação militar russa na Ucrânia.
Os novos parâmetros liberam ainda publicações pedindo a morte do presidente russo, Vladimir Putin, e do presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, nos seguintes países: Ucrânia, Polônia, Rússia, Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Romênia e Eslováquia.
"Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso de violência do tipo 'morte aos invasores russos'. Ainda não permitiremos apelos verossímeis à violência contra civis russos", disse um porta-voz da Meta em comunicado, segundo a Reuters.
Ainda segundo a publicação, o e-mail interno detalha que os pedidos de morte de líderes como Putin serão permitidos desde que não citem outros alvos ou contenham indicadores como o local e o método de violência.
Os e-mails também justificam que publicações pedindo violência contra soldados russos serão liberadas, pois são utilizadas para atacar as Forças Armadas da Rússia como um todo. A liberação, porém, não permitirá esse tipo de conteúdo contra prisioneiros de guerra.
Os e-mails obtidos pela Reuters mostram ainda que a Meta permitirá elogios ao Batalhão Azov, grupo militar ucraniano de cunho neonazista. Esse tipo de publicação é normalmente proibida nessas plataformas. A mudança de política foi relatada pela primeira vez pelo site The Intercept.
O porta-voz da Meta, Joe Osborne, disse anteriormente que a empresa estava "por enquanto, fazendo uma pequena exceção para elogios ao Batalhão Azov estritamente no contexto de defesa da Ucrânia, ou em seu papel como parte da Guarda Nacional da Ucrânia".
Na semana passada, a Rússia anunciou o banimento do acesso ao Facebook no país em resposta às restrições de acesso à mídia russa na plataforma. Moscou também anunciou medidas contra o Twitter.