Nesta quinta-feira (10), o chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou que o bloco atingiu o limite de sua capacidade de impor sanções financeiras à Rússia.
"No que diz respeito às sanções financeiras, é claro, você sempre pode ir mais longe, mas já atingimos os limites do que podemos fazer. Fizemos tudo o que podíamos", disse Borrell em entrevista à France Info.
O chefe de política externa da UE sublinhou que o bloco deve "evitar entrar em guerra com a Rússia porque, caso contrário, seria a terceira guerra mundial".
Sobre uma possível proibição do gás e petróleo russos, medida tomada anteriormente pelos Estados Unidos, Borrell disse que seria muito mais difícil para a UE tomar tal decisão que para Washington.
"Para os Estados Unidos, não é muito difícil porque quase não consomem petróleo russo", explicou. "Dizer 'não vou fazer o que já não estou fazendo' não tem muito mérito."
Falando sobre as sanções já impostas a Moscou pela UE, Borrell as descreveu como "muito duras", dizendo que fizeram com que o rublo russo caísse cerca de 40%.
Na quarta-feira (9), Borrell listou as novas sanções impostas à Rússia pelo bloco e entre os sancionados estavam 160 indivíduos, incluindo "oligarcas, membros do Conselho da Federação da Rússia". Além disso, as novas sanções visavam ativos cripto, o setor bancário de Belarus e a exportação de tecnologia de navegação marítima para a Rússia.
O Kremlin condenou as sanções impostas devido à operação especial militar na Ucrânia chamando-as de uma "guerra econômica sem precedentes" travada contra a Rússia pelo Ocidente.
Moscou disse ainda que a postura agressiva do Ocidente contra a Rússia torna a situação no setor de energia muito complicada. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia deve fazer o que for de seu interesse para vencer a "guerra econômica".