Em conversa com Emmanuel Macron, presidente da França, e Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, Vladimir Putin pediu que eles influenciem as autoridades de Kiev para pôr fim às ações criminosas dos batalhões nacionalistas ucranianos, informou neste sábado (12) o serviço de imprensa do Kremlin.
"Em resposta às perguntas feitas por interlocutores acerca da situação humanitária nas regiões da operação militar especial para a defesa de Donbass, Vladimir Putin informou sobre a situação real" nestas áreas, disse o serviço de imprensa do Kremlin sobre a conversa telefônica realizada entre os três líderes.
"Em particular, foram apontados numerosos fatos de graves violações do direito humanitário internacional por militares ucranianos – assassinatos extrajudiciais de dissidentes, tomada de civis como reféns e utilização de civis como escudos humanos, instalação de armas pesadas em áreas residenciais, perto de hospitais, escolas, jardins de infância", mencionou a declaração.
Putin ainda afirmou que "os batalhões nacionalistas estão sabotando sistematicamente as operações de resgate da população [e] intimidam os civis quando se tenta retirá-los".
Vladimir Putin instou Emmanuel Macron e Olaf Scholz a influenciarem as autoridades de Kiev para cessar tais ações criminosas, indicou o comunicado.
Putin também referiu as negociações russo-ucranianas, com os três lados discutindo questões "ligadas aos acordos que estão sendo elaborados sobre as demandas russas conhecidas", segundo o Kremlin.
Declarações de Macron e Schulz
Já Macron e Scholz, segundo o Kremlin, "exortaram a um cessar-fogo imediato na Ucrânia e a uma resolução diplomática do conflito. Foi decidido não revelar o resto do conteúdo da conversa".
Putin, Macron e Scholz acordaram continuar os contatos quanto à questão ucraniana.
Além disso, de manhã o chanceler alemão falou com Vladimir Zelensky, o presidente ucraniano, e "soube da sua avaliação da situação atual". Ambos os líderes concordaram em permanecer em contato.
A operação militar especial de Moscou para "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia foi anunciada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro, após um pedido de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk em meio à intensificação dos ataques do Exército ucraniano. O Ministério da Defesa da Rússia sublinhou repetidamente que as Forças Armadas do país estão atacando apenas a infraestrutura militar da Ucrânia com armas de alta precisão e que não possui alvos civis.
Em resposta, os Estados Unidos, o Reino Unido, os membros da UE e vários outros países impuseram duras sanções contra a Rússia. Alguns deles fecharam seu espaço aéreo para todos os voos russos, sancionaram vários bancos e parlamentares, censuraram meios de comunicação e cancelaram a participação de esportistas e eventos da cultura russa.