O secretário de Estado britânico para Nivelamento, Habitação e Comunidades, Michael Gove, disse que o governo está analisando como utilizar as propriedades de empresários russos sancionados por Londres por causa da operação militar especial de Moscou na Ucrânia.
"Quero explorar uma opção que nos permita [ao governo] usar as casas e propriedades de indivíduos sancionados" para realocar ucranianos refugiados, disse Gove, segundo informações do Daily Beast.
Ele admitiu que "há uma barreira legal bastante alta a ser transposta, e não estamos falando de confisco permanente [das propriedades dos empresários]".
Porém, reforçou em seguida que aqueles que apoiam o presidente russo Vladimir Putin "não terão direito de usar ou lucrar com suas próprias propriedades".
Não é a primeira vez que o Reino Unido cogita o confisco de propriedade privada. No início da semana, o vice-primeiro-ministro britânico Dominic Raab disse que o Reino Unido confiscaria as propriedades dos magnatas russos, "se existir uma base legal para isso".
Questionado se apoiaria o uso de tais propriedades para abrigar refugiados ucranianos, Raab disse: "Sim, com certeza. Estamos analisando tudo".
Críticas do setor de inteligência e de Macron
Os chefes do MI5 e do MI6 alertam para os perigos das intenções do governo do Reino Unido. Em um comunicado para a secretária do Interior do Reino Unido, Priti Patel, eles avisam que "uma política completa de portas abertas" para os refugiados ucranianos pode ser perigosa.
A inteligência britânica entende que há risco destas medidas permitirem o ingresso de militantes do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), além de criminosos ligados à máfia.
Membros da UE, como a França, criticaram Patel por uma suposta falta de urgência em ajudar os refugiados ucranianos.
Emmanuel Macron acusa o Reino Unido de ser negligente com "as necessárias verificações de segurança rigorosas e regras de visto para impedir que supostos agentes ou terroristas entrem no Reino Unido".
A agência de refugiados da ONU disse que quase 2,6 milhões de ucranianos fugiram de seu país desde o início da operação especial russa em 24 de fevereiro. O Reino Unido, por sua vez, só concedeu até agora cerca de 960 vistos de pelo menos 22.000 pedidos ucranianos em andamento, segundo relatos.
Emmanuel Macron, presidente da França, durante coletiva de imprensa em Moscou
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