Em fevereiro, a FAB oficializou a desativação de 12 helicópteros Mi-35M. O documento da Aeronáutica, porém, não aponta nenhuma razão para a "aposentadoria" das aeronaves, adquiridas recentemente da Rússia, com pouco mais de dez anos de uso.
Como até agora não existe nenhum substituto à caminho, a FAB deixará de ter um helicóptero com as capacidades do Mi-35M.
Na Aeronáutica, a explicação é que a falta de dinheiro impossibilita operar os helicópteros. Especialistas e técnicos envolvidos com o programa do Mi-35M, ouvidos pelo jornal Estado de São Paulo, apontam outra razão: as sanções dos EUA à Rússia.
Entre as empresas incluídas na lista de sanções norte-americanas estão a Russian Helicopters e a Rostvertol, que produzem as aeronaves. Hoje, qualquer instituição financeira que fizer negócio com as empresas russas pode sofrer punições.
Em serviço na Amazônia, os helicópteros russos se revelaram úteis e eficazes, inclusive no combate a voos ilícitos contra o narcotráfico.
Em 2018, tenente-coronel aviador Rômulo Amaral, comandante da unidade que opera o Mi-35M, em entrevista à revista do fabricante russo, destacou a confiabilidade dos Mi-35M em condições climáticas difíceis e áreas selvagens. "Podem pousar em qualquer superfície dura, em áreas remotas", disse.
Além disso, o Mi-35M é o único helicóptero de combate no mundo capaz não só de atuar como aeronave de ataque, mas também para assaltos de tropas e comandos, podendo levar até oito soldados armados, retirar feridos e transportar técnicos para locais remotos.