Tendo em vista a tensão geopolítica estabelecida na Europa graças à proximidade da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) das fronteiras russas, o ministro afirmou que tais ações representam uma agressão per se.
"A própria OTAN é um anacronismo. Não deveria existir. A OTAN existe e foi criada para atacar o leste, e não há necessidade disso hoje.[...] Ninguém pode chegar a um acordo, e a expansão da OTAN até os limites da Rússia é em si uma agressão. Condenamos isso no passado e condenamos hoje", disse Plasencia.
"Condenamos veementemente a imposição de sanções pelos EUA e UE contra o povo russo e o governo da Rússia. As sanções são ilegais", disse Plasencia. O chanceler especificou que "medidas unilaterais, é claro, são ilegais, uma violação da Carta das Nações Unidas [ONU], uma violação dos princípios da comunidade internacional, não pode ser aceita. É ir pelo caminho do unilateralismo e não pelo caminho que se deve seguir, que deveria ser trabalhar todos em conjunto", afirmou ele.
"Sofremos medidas unilaterais contra nossa nação e as denunciamos em todos os lugares, a Rússia nos apoiou contra isso, no ano passado. Agradecemos ao povo russo e ao governo russo por isso", enfatizou Plasencia.
O chanceler descreveu as sanções à cultura e à língua russas como um ato "desprezível, horrendo, xenófobo, terrível. É tão contra a humanidade, o ser humano. Os valores da cultura russa fazem parte dos valores do patrimônio mundial", denunciou Plasencia.
Questionado sobre qual será o futuro da América Latina enquanto está sob sanções econômicas e pressão militar dos EUA, o chanceler respondeu que "a unidade, a solidariedade e a integração entre nossos países são muito importantes".
"A longa história entre nossos países deveria ter sido de progresso, de unidade, de entendimento, de respeito aos nossos líderes no passado criando Estados livres, Washington no norte, Simón Bolívar no sul, hoje devemos trabalhar nisso. Liberdade, soberania, respeito e não a imposição unilateral de sanções", destacou Plasencia.
Segundo o ministro, "nem a todos os países latino-americanos estão sendo impostas sanções, porque alguns deles são aliados e próximos, e até acolhem bases militares dos EUA em seu território. Mas no nosso caso estamos sofrendo com a imposição de sanções" dos EUA há anos.
"Fazemos parte de um grupo de países, com a Rússia, com a China, e muitos outros países que protegem todo o corpo da Carta da ONU, que proclamam a paz, o entendimento, o multilateralismo e não o unilateralismo e a imposição de sanções", destacou Plasencia.
Muitos países ocidentais começaram a impor sanções contra a Rússia depois que o presidente Vladimir Putin reconheceu as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk como Estados soberanos em 21 de fevereiro, lançando, três dias depois uma operação especial militar na Ucrânia, depois que ambas as repúblicas solicitaram ajuda diante da agressão de Kiev.
Em um caso sem precedentes, restrições individuais foram estendidas ao presidente russo e ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, enquanto que sanções setoriais, também pela primeira vez, incluem a desconexão da Rússia do sistema SWIFT, a paralisação das reservas internacionais de seu Banco Central, o fechamento do espaço aéreo para as companhias aéreas russas e a censura a meios de comunicação ligados ao Kremlin.