Cientistas militares chineses afirmam ter alcançado um avanço significativo na tecnologia de imagem a laser que permitirá que estações terrestres identifiquem e rastreiem um alvo no espaço com precisão sem precedentes.
Os resultados sugerem que o radar, desenvolvido pela Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa, pode capturar imagens de um objeto do tamanho de um polegar em órbita próxima à Terra com uma resolução de até três milímetros.
Essa precisão é duas vezes melhor do que a alcançada por dispositivos semelhantes nos Estados Unidos e em outros países, de acordo com os pesquisadores.
A tecnologia também pode ajudar a guiar feixes de laser terrestres na remoção de pequenos pedaços de detritos espaciais que ameaçam satélites e naves espaciais, afirmam os cientistas.
Em 2016, um dos maiores sistemas de radar baseados no espaço de propriedade da China perdeu 4% de sua fonte de alimentação depois que um fragmento de lixo espacial, com pouco mais de 1 cm de comprimento, atingiu o painel solar do satélite.
Segundo informações do South China Morning Post, o novo radar em construção, de alta potência, pode fazer com que esses pequenos pedaços de detritos mudem de curso e, eventualmente, caiam de volta na atmosfera da Terra.
A tecnologia, conhecida como tomografia de reflexão a laser, foi inspirada nas tomografias computadorizadas usadas em hospitais e usa vários feixes de laser para iluminar a superfície do alvo. Em seguida, reconstrói a imagem a partir de partículas de luz saltando em várias direções.
O desempenho real da máquina permanece sigiloso. Pelo que indicam os pesquisadores, os recentes testes contemplam apenas uma parte do potencial do radar.
No ano passado, o governo chinês anunciou um plano para construir um sistema defensivo com várias instalações de ponta, incluindo a maior rede de radares do mundo e sistemas de laser de alta potência.
Vale lembrar que, em dezembro de 2021, a China enviou uma nota diplomática ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU) reclamando dos satélites da Starlink.
Segundo os chineses, os dispositivos do programa espacial de Elon Musk, em duas ocasiões apenas no ano passado, estiveram muito perto de se chocar com a Estação Espacial da China, a Tiangong.
Os dois eventos, em 1º de julho e 21 de outubro de 2021, forçaram a estrutura chinesa a realizar manobras de evasão para evitar a colisão. Em ambas as vezes os tripulantes da nave estavam a bordo, o que colocou em risco a vida dos astronautas chineses.