Bolsonaro: Petrobras deve ser cobrada na Justiça pela alta dos combustíveis
Na noite da quinta-feira (17), durante live semanal, o presidente Jair Bolsonaro leu uma notícia em que a Justiça pedia ao governo federal explicações sobre o preço elevado dos combustíveis, mas o mandatário passou a responsabilidade para a Petrobras, afirmando que a estatal deveria ser cobrada pela escalada de preços. "Se eu quiser, hoje, tirar o diretor da Petrobras, eu não posso trocar. A Petrobras é praticamente independente. Então cobrem da Petrobras, cobrem de quem é de direito, não de mim", de acordo com suas palavras, citadas pelo Correio Braziliense. Segundo o presidente, há países que cobrem preços maiores na gasolina. Bolsonaro acrescentou que se o Brasil concluísse as obras de três refinarias, seria superavitário em petróleo.
Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e seus ministros durante cerimônia em frente ao Palácio da Alvorada, Brasília, 17 de março de 2022
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Ex-presidente da Funai devolve medalha de mérito após premiação de Bolsonaro
Na quinta-feira (17), Sydney Possuelo, ativista e ex-presidente da Fundação Nacional do Índio, devolveu a Medalha do Mérito Indigenista recebida há 35 anos. O gesto ocorreu após a mesma premiação ter sido dada ao chefe da República e a ministros do atual governo, nesta semana. O indigenista brasileiro, conhecido internacionalmente pelos trabalhos com tribos isoladas, enviou uma carta com a medalha, em que manifestou sua "imensa surpresa e natural espanto" quando recebeu a notícia da condecoração de Bolsonaro. Em texto, endereçado ao ministro da Justiça Anderson Torres, o ativista afirma que Bolsonaro se opõe a pautas indígenas e que a premiação dele é um "flagrante, descomunal, ostensiva contradição" em relação a tudo que Possuelo viveu. Assim, a honraria "perdeu toda a razão".
Indigenista, ativista social e etnógrafo Sydney Possuelo, antes de entrar na selva para tentar contato com a tribo dos índios casseteiros no Alto do Javari, foto de 1996
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Biden e Xi vão negociar após EUA terem avisado China para não apoiar Rússia
Hoje, sexta-feira (18), o presidente norte-americano, Joe Biden, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, devem discutir uma série de assuntos bilaterais, incluindo a situação na Ucrânia. A chamada vai ocorrer em meio ao aviso que Washington deu a Pequim para não apoiar a Rússia na operação militar especial no território ucraniano. O secretário de Estado, Antony Blinken, disse, durante briefing na quinta-feira (18), que Biden deixará claro a Xi que Pequim seria responsabilizada por quaisquer ações que tomasse para apoiar a operação russa e que os EUA não hesitarão em impor sanções. Adicionalmente, Washington em geral se preocupa com a parceria que só vem se intensificando entre a Rússia e a China, como constatou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, uma vez que ambos os países se opõem à ordem mundial liberal que foi construída nas últimas décadas. Enquanto isso, representantes de Rússia e China abordaram sua cooperação bilateral no âmbito de segurança.
Presidente dos EUA, Joe Biden, fala durante almoço anual dos Amigos da Irlanda no Capitólio, Washington, 17 de março de 2022
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Ministro da Defesa britânico exorta investigação por chamada falsa de 'premiê ucraniano'
Ben Wallace, ministro da Defesa do Reino Unido, ordenou um inquérito, na quinta-feira (17), após um impostor alegando ser o primeiro-ministro ucraniano ter conseguido contatá-lo, um incidente que Wallace culpou a Rússia. A videochamada foi acertada por e-mail enviado ao departamento do governo, supostamente por um assessor da embaixada ucraniana, que depois passou para o Ministro da Defesa. "Hoje [17], foi realizada uma tentativa por um impostor alegando ser o primeiro-ministro ucraniano para falar comigo. Ele apresentou várias perguntas enganosas e, depois de suspeitar algo, eu terminei a chamada", escreveu o ministro no Twitter. Uma fonte da Defesa disse à agência Reuters que Wallace ordenou um inquérito imediato sobre como a ligação, que durou cerca de dez minutos, foi autorizada para acontecer. A secretária do Interior, Priti Patel, também disse ter sido alvo de impostor.
Secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, na Downing Street, Londres, 8 de março de 2022
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Governo do Peru vai à Corte IDH para anular sentença que libera ex-presidente Fujimori
O governo peruano anunciou na quinta-feira (17) que vai recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos para reverter a recente decisão do Tribunal Constitucional (TC). Ontem, o TC autorizou perdoar o ex-presidente do país, Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão. Ele foi condenado à prisão em 2009 por corrupção e violação dos direitos humanos. Em outubro de 2018, a Corte Suprema reverteu o indulto humanitário de 2017 concedido a Fujimori. A decisão de ontem sobre nova liberação do antigo presidente foi baseada em habeas corpus, isto é, uma ação legal que pede a liberdade de uma pessoa se não existirem motivos suficientes ou justificados para a sua detenção. O TC considerou que devido ao suposto delicado estado de saúde do ex-presidente, os efeitos do indulto devem ser restabelecidos, e ordenou assim sua liberação.
Manifestantes em protesto contra decisão do Tribunal Constitucional do Peru de liberar o ex-presidente Alberto Fujimori, Lima, 17 de março de 2022
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Embaixada russa pede que EUA revelem dados sobre biolaboratórios na Ucrânia
Conforme constatou ontem (17) a Embaixada da Rússia em Washington, os Estados Unidos têm que divulgar informação sobre suas atividades biológicas na Ucrânia, uma vez que a Rússia duvida de seus objetivos pacíficos. "Nós exortamos o lado americano, o mais rápido possível, a revelar os dados sobre atividades biomilitares em laboratórios no território ucraniano. Como se pode tratar de investigações pacíficas, se o Pentágono está por trás de todo o trabalho?", indagou a missão diplomática russa. Nota-se que os argumentos e acusações americanas contra a Rússia pelas "violações" da Convenção sobre Armas Químicas não fazem sentido, já que os próprios EUA não respeitam seus compromissos. Recentemente, a Defesa russa apresentou dados sobre Washington ter gastado mais de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) nos laboratórios na Ucrânia que participaram do programa biomilitar norte-americano.