A União Europeia (UE) planeja usar as propriedades e investimentos russos apreendidos no bloco europeu para aplicar em um "fundo de reparações de guerra" destinado ao regime ucraniano, escreve a agência norte-americana Bloomberg.
A medida faz parte de uma campanha de pressão econômica, aplicada principalmente por países da OTAN e seus aliados, dando "passos legais para identificar, restringir, congelar, apreender, confiscar ou retirar" os bens de russos acusados de ter ligações ao governo de seu país.
Na sexta-feira (18) Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, revelou após uma conversa telefônica com Vladimir Zelensky, presidente ucraniano, que estava tentando criar um Fundo de Solidariedade para a Ucrânia, que "serviria de base para a reconstrução de uma Ucrânia livre e democrática".
Apesar disso, não se sabe se os fundos apreendidos em meio à operação militar especial da Rússia na Ucrânia terão grande impacto no balanço de forças.
"Você não pode simplesmente ficar com o iate de alguém. Você tem de determinar os fatos que ligam o ativo a um crime. Você tem de saber descrever não só que crime foi realizado com determinado grau de probabilidade, mas você tem de ligar a propriedade apreendida à condição do crime", apontou na quarta-feira (16) Andrew Adams, chefe da força-tarefa da iniciativa KleptoCapture, do Departamento de Justiça dos EUA, à emissora MSNBC.
A KleptoCapture tem o objetivo de confiscar os fundos e propriedades ligados a figuras próximas de Vladimir Putin, presidente da Rússia. Além dela, na quinta-feira (17) foi criada a força-tarefa Elites, Grupos Patrocinados e Oligarcas Russos (REPO, na sigla em inglês), formada por membros de vários países ocidentais, além de outras, como a Congelar e Apreender e o Ato de Apreensão de Patrimônio para a Reconstrução da Ucrânia, dos EUA.
A última iniciativa, apesar de prever ser "apenas para o benefício do povo da Ucrânia", incluirá também "assistência militar", nota na terça-feira (15) a revista Forbes, citando a "crescente preocupação sobre a capacidade da Ucrânia de sustentar suas operações militares e oferecer serviços a seus cidadãos".