"As mudanças são significativas, mas apresentar o enegrecimento da propaganda, do mundo corporativo, e até algumas medidas importantes, como o incentivo à participação de pessoas negras na política, tem que vir articulado a uma reforma de fundo", afirma Balbi à Sputnik Brasil.
"Acho que isso a que a gente assistiu é a expressão máxima de um racismo que é resultado desse processo de colonização de populações que foram racializadas de forma pejorativa, no caso as populações africanas e asiáticas. Essa imagem, esse fato me acende uma preocupação porque meu medo é de que os conflitos políticos comecem a se resolver a partir de uma justificativa falaciosa que retoma a centralidade da supremacia racial", coloca a professora.
Presença negra no Congresso precisa aumentar
"É claro que isso impacta, sim, no Brasil, mas não muda nossa realidade. Não mudou em nada a nossa realidade. A prova é o número de negros e negras que continuam sendo assassinados", afirma Silva à Sputnik Brasil, ressaltando também o impacto da fome e do desemprego sobre a população negra.
"Essas mudanças são muito lentas e acontecem de forma muito gradual, mas tivemos [...]. Por exemplo, nas últimas eleições conseguimos colocar parlamentares negros e negras, LGBTQIA+, mulheres. [...] Isso significa uma mudança no Parlamento que não tínhamos até então, mas está muito longe de atender às nossas necessidades", aponta, acrescentando que há casos de pressão e ameaças contra deputados negros.