Em uma reação um pouco diferente da esperada, os canais da família Bolsonaro no Telegram cresceram em alta porcentagem após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (18), de suspender o aplicativo no Brasil.
A medida foi revogada no domingo (20), o que reforçou ainda mais a procura de usuários pelos canais da família.
Segundo a revista Veja, até a manhã desta terça-feira (22), o perfil do presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia ganhado mais de 183 mil novos inscritos, um aumento de cerca de 17% em quase quatro dias. Na sexta-feira (18), aproximadamente 1,08 milhão de usuários recebiam as publicações de Bolsonaro no Telegram, agora, já são cerca de 1,27 milhão.
Assim como o patriarca da família, seus filhos parlamentares também saíram ganhando com o abolido bloqueio.
De acordo com o portal UOL, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) registrou 11 mil seguidores a mais no período e chegou aos 100 mil inscritos, um aumento de 12,1%. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que tinha 77 mil inscritos até sexta-feira (18), ganhou dez mil seguidores – crescimento de 12,3%. Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) conquistou três mil seguidores, uma ampliação de 5%.
"A ação do [Ministro do STF] [Alexandre] Moraes causou um redemoinho nos grupos de extrema-direita. Se olharmos os efeitos políticos disso, a ação causa um clima de guerra nestes grupos, algo que alimenta a ação deles", analisou o coordenador do Laboratório de Humanidades Digitais que monitora articulações desta comunidade no Telegram, Leonardo Nascimento, citado pelo portal.
Mas não foi só o clã Bolsonaro que ganhou seguidores, em números bem mais baixos, outros candidatos à presidência do Brasil neste ano também alcançaram mais usuários.
O canal do ex-presidente Lula tem hoje pouco mais de 52 mil inscritos, quase quatro mil a mais que na sexta-feira, totalizando um acréscimo de 8%. Já os de Ciro Gomes (PDT), hoje com cerca de 19.700, e Sergio Moro (Podemos), com quase 5.900, ganharam aproximadamente 500 seguidores cada um nesse período, segundo a Veja.