Segundo o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, as sanções ocidentais estão atingindo "muitos cidadãos alemães com força, e não apenas na bomba de gasolina".
"As sanções não devem atingir os países europeus com mais força do que a liderança russa. Esse é o nosso princípio", disse Scholz em um debate no Bundestag, nesta quarta-feira (23).
Scholz afirmou que a crise na Ucrânia pode acabar se estendo mais que o esperado e que, por isso, todos os europeus teriam de "passar por isso juntos", referindo-se aos reflexos das baterias de sanções contra a Rússia em função da operação especial militar russa na Ucrânia.
O governo alemão é contrário à proibição total das importações de energia russas, na contramão do que propuseram outros membros da UE.
"Vamos acabar com a dependência [da energia russa] o mais rápido possível. Mas fazer isso em um dia, mergulharia nosso país e toda a Europa em uma recessão. Centenas de milhares de empregos e ramos inteiros da indústria estariam em risco", afirmou ele.
Contudo, Scholz demonstrou orgulho ao afirmar que as sanções adotadas são as "mais duras já aplicadas contra um país tão grande" e que este era "apenas o começo", garantiu.
O governo de coalizão de Scholz supostamente concordou com medidas de alívio destinadas a aliviar os preços da energia para os consumidores alemães na última terça-feira (22). As medidas incluem um desconto no preço do combustível, um subsídio de energia e um subsídio de transporte temporário.
A mídia alemã também noticiou aumentos de preços "fora de controle" nos principais varejistas de alimentos, com o preço do óleo de girassol dobrando, água mineral, café e papel higiênico subindo 10% e produtos lácteos 5%.
Nesta quarta-feira (23), o Instituto Ifo de Pesquisa Econômica, com sede em Munique, previu que a inflação atingiria uma média de 6,1% em 2022, com crescimento esperado para desacelerar entre 2,2 e 3,1% - ainda abaixo dos 3,7% previstos anteriormente, na medida em que o país continuar se recuperando dos bloqueios de COVID-19. Para além disso, o instituto calcula que os consumidores alemães perderão cerca de €6 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões) em poder de compra somente no final de março.