Ciência e sociedade

IA já pode substituir humanos na criação de armas hipersônicas, diz estudo chinês

A inteligência artificial (IA) já pode ajudar a interpretar experimentos de voo hipersônico e auxiliar no projeto de novas armas e aviões, afirmam pesquisadores chineses.
Sputnik
Os especialistas fizeram progressos significativos na construção de um sistema de IA que pode arquitetar armas hipersônicas operando praticamente sozinho.
A maior surpresa foi constatar que a máquina conseguiu identificar a maioria das ondas de choque que ocorrem em testes em túnel de vento, embora não tenha sido instruída sobre o que procurar.
Sem intervenção humana, a inteligência artificial construiu uma base de conhecimento própria para ajudar no desenvolvimento de novos motores para mísseis hipersônicos e aviões, que poderiam percorrer distâncias maiores em velocidades muito mais altas, segundo informações do South China Morning Post.
Drone de vigilância hipersônico WZ-8 durante o desfile militar que marca o 70º aniversário da fundação da República Popular da China, em Pequim.
As descobertas foram publicadas em 16 de março no Journal of Propulsion Technology, publicação administrada pela indústria de defesa aeroespacial da China.
Os cientistas disseram que o cérebro humano será incapaz de acompanhar o ritmo acelerado do desenvolvimento da tecnologia hipersônica. Na China, à medida que o foco da pesquisa avançou para o campo do Mach 8 (oito vezes a velocidade do som), a quantidade de dados a serem processados aumentou significativamente.
Testes de tecnologia militar hipersônica do Pentágono falharam 3 vezes seguidas
O sistema de IA desenvolvido pelos chineses não exige treinamento. A máquina rotulou o que acreditava ser uma onda de choque avaliando a localização, o brilho e a cor de cada pixel.
A técnica, conhecida como segmentação não supervisionada, é baseada em uma teoria matemática sobre gráficos que pode estabelecer uma relação entre objetos aparentemente não relacionados.
A inteligência artificial usaria esses resultados iniciais como material de treinamento para melhorar continuamente seu desempenho no reconhecimento de ondas de choque, até que pudesse detectar padrões.
Caça MiG-31 equipado com o míssil hipersônico Kinzhal.
Em um experimento em túnel de vento, as ondas de choque identificadas pela IA foram 85% compatíveis com aquelas marcadas por especialistas humanos, de acordo com os pesquisadores. Sua precisão geral era quase quatro vezes maior que a do software de computador tradicional.
A China planeja estender a tecnologia de voo hipersônico de setores militares para civis. Há uma meta oficial no país de, até 2035, construir um avião do gênero que possa transportar passageiros para qualquer lugar do mundo em uma ou duas horas.
O plano foi considerado muito desafiador por alguns especialistas em aviação porque nenhuma companhia aérea operando hoje pode voar mais rápido que a velocidade do som. Os cientistas chineses acreditam que a IA pode ajudar a superar alguns desses obstáculos.
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