De acordo com o SCMP, o diretor-geral do Escritório de Segurança Nacional de Taiwan, Chen Ming-tong, disse nesta quinta-feira (24) que não acredita na adoção da "lei de reunificação" por parte da China. Segundo ele, a medida colocaria pressão em Pequim para definir um cronograma de atuação, o que poderia gerar uma escalada das tensões.
"É o equivalente a estabelecer um calendário. No passado, durante a era Deng Xiaoping, eles tentaram estabelecer um cronograma, mas no final acharam melhor não o fazer, pois isso os pressionaria", disse Chen, fazendo referência ao líder chinês que morreu em 1997.
A chamada "lei de reunificação" foi citada pela mídia estatal chinesa, mas em nenhum momento confirmada pelo governo. Segundo o SCMP, na semana passada um porta-voz do Escritório para Assuntos de Taiwan em Pequim disse que "escuta atentamente e estuda opiniões e sugestões", quando perguntado sobre a "lei de reunificação".
Caso venha a ser promulgada, ela seria uma continuação da lei de 2005 que dá a Pequim bases legais para uma ação militar, caso julgue que Taiwan se separou ou está prestes a fazê-lo.
No entanto, Chen foi firme ao dizer que não vê esse tipo de movimentação sendo feita tão rapidamente pelo governo de Xi Jinping. Ele afirmou que o líder chinês está se preparando para o congresso do Partido Comunista no final deste ano, que será crucial para a confirmação de seu terceiro mandato, e por isso "necessita manter a estabilidade".
Nos últimos dois anos a China vem pressionando Taipé e aumentando sua presença militar na região do estreito de Taiwan.
Taiwan é um território autogovernado e, nos anos 1970, a ONU passou a reconhecer a República Popular da China como a única representante legítima da China. Pequim declara que é apenas uma questão de tempo até que Taipé se reunifique com a China continental e que se trata de um assunto interno do país.