Panorama internacional

'Pseudo-humanitária': ONU aprova resolução ocidental sobre Ucrânia após rejeitar proposta russa

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, nesta quinta-feira (24), a resolução elaborada por Kiev e países ocidentais que pede o fim do conflito na Ucrânia e a retirada imediata das tropas russas do país vizinho.
Sputnik
O texto foi aprovado com 140 votos a favor (incluindo o do Brasil), 35 abstenções (entre elas de Cuba, China, Nicarágua, El Salvador, Bolívia, Índia, Irã, Iraque, Cazaquistão e Paquistão) e cinco votos contrários (Rússia, Coreia do Norte, Síria, Belarus e Eritreia).
A resolução humanitária elaborada pela Rússia que pedia um cessar-fogo negociado na Ucrânia foi rejeitada no Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira (23).
O embaixador russo na organização, Vasily Nebenzya, classificou a proposta aprovada na Assembleia Geral como pseudo-humanitária.

"Acho que não vale a pena entrar nas razões pelas quais a Rússia votou contra o projeto de resolução pseudo-humanitária apresentado pelos países ocidentais e pela Ucrânia", disse.

Segundo o representante, o objetivo dos autores do texto era, mais uma vez, condenar e rotular a Rússia, convocando os Estados a assinar apenas "interpretações unilaterais" da situação.
Embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, fala no Conselho de Segurança da organização em 31 de janeiro de 2022.
O documento exige de Moscou um cessar-fogo imediato e afirma que as consequências humanitárias na Ucrânia não são vistas há décadas.
O texto ainda contém demandas para proteger civis e infraestruturas, jornalistas e profissionais de saúde e pede garantias para corredores humanitários.
Segundo Moscou, a operação militar especial, iniciada em 24 de fevereiro, tem o objetivo de "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia e visa apenas à infraestrutura militar do país.
Além disso, as Forças Armadas da Rússia têm acusado militares ucranianos de sabotar os corredores humanitários e utilizar "métodos terroristas" nos combates, como fazer civis de "escudo humano" e se alojar em construções não militares.
Na quarta-feira (23), o chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, informou que nacionalistas ucranianos "dispararam uma granada antitanque, sem motivo, contra uma ambulância que prestaria assistência urgente a civis feridos", matando quatro profissionais de saúde em Sumy, na Ucrânia.
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