Na última quinta-feira (24), o governo salomonense anunciou a assinatura do acordo de cooperação policial com a China e demonstrou interesse em desenvolver um tratado de segurança com Pequim, nos mesmos moldes do acordo assinado com a Austrália em 2018.
Um comentarista australiano disse na sexta-feira (25) que o governo da Austrália deveria "invadir" as Ilhas Salomão, antes que o país finalize o tratado com a China.
"Não há como a Austrália permitir que esse acordo prossiga. Se for preciso, a nação deve invadir e capturar Guadalcanal de tal forma que engenhamos uma mudança de regime em Honiara. [...] Também devemos começar imediatamente a reunir uma força de invasão anfíbia para aumentar a pressão", escreveu David Llewellyn-Smith, fundador e editor da MacroBusiness, publicação focada em negócios e investimentos.
O rascunho do tratado, que vazou na quinta-feira (24), propõe que forças chinesas sejam usadas para a proteção de funcionários e projetos com envolvimento do governo chinês nas Ilhas Salomão. O acordo também abre caminho para que o governo salomonense peça ajuda militar a Pequim durante missões relacionadas à segurança e a assuntos humanitários, além de reforçar a presença chinesa na região do Indo-Pacífico.
Llewellyn-Smith disse ainda que, em caso de uma possível desavença entre Camberra e Pequim, o governo chinês poderia "abrir as escotilhas de seus mísseis de cruzeiro baseados nas ilhas e nos pedir para reconsiderar".
"É nossa linha vermelha que a China e as ilhas do Pacífico nunca devem cruzar", afirmou o comentarista australiano.
O ministro da Defesa da Austrália, Peter Dutton, afirmou que o governo australiano "não quer influências perturbadoras" e nem nenhum tipo de "pressão e coerção" provenientes da China. Já a ministra das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, pediu que a soberania das Ilhas Salomão seja respeitada, mas chamou a atenção para os perigos de uma aproximação chinesa.
"No entanto, os desenvolvimentos dentro deste suposto acordo podem desestabilizar as atuais instituições e arranjos que há muito sustentam a segurança da região do Pacífico", disse Mahuta.