Propagação e combate à COVID-19

Vacina Sputnik V mantém 79% de eficácia em pacientes com HIV em terapia antirretroviral, diz estudo

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 23% dos pacientes com o vírus HIV que contraíram o coronavírus não resistiram à doença.
Sputnik
O Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), que investiu no desenvolvimento da Sputnik V, afirma que a vacinação com o imunizante russo é a "solução definitiva" para pessoas portadoras do vírus HIV.
A primeira vacina da COVID-19 registrada do mundo, a Sputnik V, se tornou também a primeira a fornecer proteção comprovada contra o coronavírus para pessoas infectadas com o vírus da AIDS. Um novo estudo, realizado em conjunto pelo laboratório que desenvolveu a vacina, o Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, e o Centro da Cidade de Moscou para Prevenção e Controle da AIDS, comprovou a eficácia da imunização.
Segundo o estudo publicado na revista acadêmica médica The Lancet, a vacina Sputnik V mantém 79% de eficácia em pacientes com HIV em terapia antirretroviral. A pesquisa foi baseada em um estudo de grupo retrospectivo realizado com dados de 24.000 pacientes com HIV.
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A vacina também apresentou 90% de eficácia na prevenção de hospitalizações e 97% de proteção contra o desenvolvimento de sintomas moderados ou graves da COVID-19 em portadores do vírus da AIDS.

"O estudo publicado na The Lancet sugere que a Sputnik V é a solução definitiva para grupos vulneráveis, inclusive em países com alta prevalência de HIV", disse o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), que financiou o desenvolvimento e a produção da Sputnik V.

As análises do estudo especificaram que os pacientes soropositivos e realizando terapia antirretroviral com altos índices de linfócitos T auxiliares, as células que desempenham um papel importante na detecção de patógenos e na adaptação da resposta do sistema imunológico, receberam uma melhor proteção da vacina russa.
Pacientes com níveis de linfócitos T auxiliares acima de 350/µl, apresentaram uma redução de 3,3 vezes nas infecções por COVID-19. Aqueles com níveis abaixo de 350/µl tiveram diminuição de 2,5 vezes. Pacientes com contagens de linfócitos abaixo de 200/µl são geralmente classificados como portadores da AIDS.
Dados da OMS apontam que 23% dos pacientes com o vírus HIV que contraíram o coronavírus não resistiram à doença, o que os torna um dos grupos mais vulneráveis ao coronavírus.
A Sputnik V foi registrada em agosto de 2020, tornando-se a primeira vacina da COVID-19 do mundo com eficácia comprovada de 97,6%. Com a ajuda do RFPI, a vacina foi legalizada em 71 países e exportada globalmente. A aplicação de duas doses também provou ser eficaz contra todas as variantes do coronavírus.
Ampola da Sputnik Light, vacina anti-COVID-19, durante vacinação em Novossibirsk
Após avanços nos estudos, o Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya lançou uma variante da vacina, a Sputnik Light, que também pode servir como injeção de reforço não só para os imunizados pela Sputnik V, mas também para pacientes que receberam doses de outras vacinas, como a AstraZeneca.
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