O artigo entende que a recusa dos países europeus em aceitar a exigência de pagamentos em rublos "provavelmente será inútil enquanto a UE ainda precisar de gás russo".
"Está ficando cada vez mais claro que a UE pode ser o aliado dos EUA que terá que pagar a conta da campanha econômica imprudente liderada pelos EUA contra a Rússia, que já causou estragos sobre o comércio global e os sistemas financeiros", diz a publicação.
Além disso, o jornal explica que, uma vez que foi a UE que impôs sanções unilaterais contra a Rússia, "sem o apoio do direito internacional", a exigência russa de pagamento em rublos "só pode ser considerada uma contramedida".
Vale a pena notar que a exigência da Rússia de pagamento em rublos cobre apenas o gás natural. Ao excluir petróleo, carvão e outras matérias-primas, o movimento se revela "claramente calculado visando a UE".
Atualmente, o bloco europeu obtém 40% de seu gás da Rússia, e não há suprimentos alternativos de gás disponíveis no curto prazo.
"Se a UE não pagar em rublos pelo gás russo, a Rússia provavelmente cortará seu fornecimento, mergulhando a UE em uma crise energética imediata", alerta a publicação.
Comentando o papel dos EUA neste cenário, o jornal fala em ironia. "O preço para a UE dançar ao som dos EUA não se limita apenas à sua segurança energética, mas também inclui danos de longo prazo à sua moeda", diz o jornal.
De forma conclusiva, o Global Times aponta outra inconsistência nas recentes sanções contra a Rússia, que acarretará na desvalorização do euro.
"A UE não detém volumes significativos de rublo para liquidação, e terá que comprar a moeda no mercado de câmbio. Em outras palavras, para comprar gás russo, a UE provavelmente terá que suspender parcialmente as sanções no regime internacional de mensagens financeiras SWIFT", afirma a mídia chinesa.