Em evento nesta quinta-feira (31) no Palácio do Planalto, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), mais uma vez atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sem citá-los nominalmente e mandou calarem a boca e botarem a toga, segundo a Folha de São Paulo.
"E nós aqui temos tudo para sermos uma grande nação. Temos tudo, o que falta? Que alguns poucos não nos atrapalhem. Se não tem ideias, cala a boca. Bota a tua toga e fica aí. Não vem encher o saco dos outros", disse, em referência a ministros do Supremo que usam a capa.
Em seguida, o presidente falou de "inimigos que habitam a região [da praça] dos Três Poderes", sem citar diretamente ninguém. Ao mesmo tempo, sem mencionar nominalmente a ministra Rosa Weber do STF, criticou a decisão de Weber de não arquivar a investigação da compra da vacina indiana contra a COVID-19, Covaxin.
"A PF diz que não tenho nada a ver com a vacina que não foi comprada, mas uma ministra [diz] 'não, não vou arquivar'. Isso é passível de detenção do presidente. O que essas pessoas querem? O que têm na cabeça?", indagou Bolsonaro.
O mandatário também fez declarações negativas sobre o Judiciário ontem (31) quando em visita a Parnamirim, no Rio Grande do Norte, disse que "não serão dois ou três que decidirão como serão contados os votos" das eleições deste ano.
Ainda no mesmo discurso de hoje (31), o presidente defendeu a pauta dita conservadora, segundo a mídia. Falou da flexibilização do porte de armas para população, criticou políticas de gênero e voltou a atacar a vacinação.
"Eu tenho de estar no meio do povo, inclusive, [Marcelo] Queiroga, sem máscara. O problema é meu, a vida é minha. 'Ah, não tomou vacina'. Tem gente que quer que eu morra e fica enchendo o saco para eu tomar vacina. Deixa eu morrer", afirmou, exaltado.
Bolsonaro não se vacinou e vem sendo pressionado por aliados a parar de atacar os imunizantes. Pesquisas identificaram que suas declarações sobre o tema podem tirar-lhe votos, relata a Folha.