A União Europeia (UE) discute, nas últimas semanas, a possibilidade de embargar completamente o fornecimento de gás da Rússia aos países do bloco econômico.
Ao longo dos últimos dias, economistas traçaram planos e apresentaram sugestões aos seus respectivos governos sobre como fugir da dependência russa. Algumas nações mais ricas prometem investimentos em energia nuclear, como Bélgica e Reino Unido.
Outros ainda "buscam" alternativas que se revelam cada vez mais distantes e improváveis, dada a corrida contra o tempo até a chegada do inverno europeu.
Nesta segunda-feira (4), o ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg, foi enfático sobre um possível embargo ao gás russo neste momento: "Não é uma possibilidade".
Ele defendeu as considerações da ministra da Energia austríaca, Leonore Gewessler. Ela observou que a Áustria lutaria por sua independência energética, "mas até agora é muito dependente da Rússia".
O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, antecipou no domingo (3) os comentários austríacos. Ele disse que os países da UE agora não podem recusar o gás russo, enquanto a Alemanha sofre pressão de seus aliados para embargar a fonte de energia.
A questão é delicada. Há dependência da UE com o gás exportado da Rússia, e alguns países simplesmente não têm alternativas para substituí-lo. As declarações de autoridades europeias, nesse sentido, estão cada vez mais comuns.
Após o início da operação militar especial de Moscou na Ucrânia, o recém-construído gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) recebeu críticas e passou a ser interpretado pela União Europeia como projeto político.
O contexto que envolve a crise energética na Europa, cuja consequência também foi a disparada nos preços do gás, envolve ainda a decisão do presidente Vladimir Putin de cobrar países considerados hostis em rublos pelo petróleo e gás natural russos.