Apesar do impacto negativo das sanções ocidentais, a economia russa pode "emergir com um balanço brilhante se alguns de seus maiores parceiros comerciais não fecharem a torneira de suas exportações de energia", informou a Bloomberg.
A agência de notícias sugeriu que a Rússia pode "ganhar quase US$ 321 bilhões [cerca de R$ 1,481 trilhão] com [suas] exportações de energia" antes do final deste ano, um aumento de mais de um terço em comparação com 2021.
A Bloomberg também afirmou que Rússia está a caminho de um superávit recorde em conta corrente que pode chegar a US$ 240 bilhões (cerca de R$ 1,107 trilhão), citando economistas da Associação Global de Comércio e do Instituto de Finanças Internacionais.
"O maior impulsionador do superávit em conta corrente da Rússia continua a parecer sólido. Com as atuais sanções em vigor, entradas substanciais de moeda forte na Rússia devem continuar", argumentaram os economistas.
As previsões dos analistas surgem em um momento em que alguns dos parceiros europeus de Moscou continuam lutando com os crescentes custos de energia, contas de combustível e preços de alimentos. Como exemplo, a inflação no Reino Unido atingiu o patamar mais alto dos últimos 30 anos, com os preços aos consumidores britânicos subindo 6,2% em relação a fevereiro de 2021. Nos EUA, o índice de preços ao consumidor disparou 7,9%, a maior alta dos últimos 40 anos, segundo o Ministério do Trabalho.
"Nós falamos sobre escassez de alimentos. E vai ser real. O preço dessas sanções [antirussas] não é apenas imposto à Rússia, mas também a muitos países, incluindo países europeus e nosso país, bem", disse o presidente dos EUA, Joe Biden, a repórteres na semana passada (30).
No final de março, o preço do gás natural na Europa ultrapassou US$ 1,350 [cerca de R$ 6,233 mil] por 1.000 metros cúbicos após o anúncio do presidente russo, Vladimir Putin, de que Moscou começaria a vender gás para "países hostis" em rublos.
Putin chegou a enfatizar que "é absolutamente claro" que entregar mercadorias russas à União Europeia e aos EUA e "receber pagamentos em dólares, euros e várias outras moedas não faz sentido para nós".