"O Brasil é grande e importante fornecedor de alimentos, commodities e minerais. Apresentamos algumas similaridades em âmbito mundial. Entretanto, dada a posição geográfica, apenas uma parte do que o país produz pode ser contemplada", afirmou Barbieri à Sputnik Brasil.
"Como concorrente no mercado de milho, o Brasil tem que observar que houve quebra da segunda safra de 2021 e da primeira de 2022 devido à seca na região Sul. Isso contribuiu para elevar preços e produzir efeitos na cadeia de proteínas animais. Tivemos contração da produção", lembrou.
"Quanto ao açúcar, é preciso considerar que a mistura do etanol com a gasolina tende a ser paliativo para relativizar o aumento de preços. Isso pode levar usinas a serem orientadas a elevar a produção de etanol, o que reduz a disponibilidade do açúcar brasileiro para o mercado internacional", ressaltou Fortes.
"A falta de fertilizantes poderia gerar redução da produtividade no agronegócio, impactando nossa oferta. Para compensar, o aumento de área plantada seria a solução", indicou o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura.
Mais inflação à vista?
"Se tem demanda maior no mercado internacional, aumenta o preço. Se não houver nenhum controle interno, os produtos vão encarecer e os brasileiros passarão a consumir menos", alertou.
"O conflito traz a socialização de perdas, na forma da importação da inflação", afirmou Fortes.